Análise: Heliborne

Heliborne é um título que tenta evocar a nostalgia de clássicos dos anos 90 como Desert Strike, proporcionando aos jogadores a experiência de pilotar helicópteros em missões de resgate e combate. A primeira coisa que salta à vista em Heliborne são os seus gráficos. Infelizmente, não é uma boa primeira impressão. Os visuais do jogo parecem datados, mais apropriados para uma Xbox 360 do que para as consolas modernas e PCs. As distâncias de renderização são muito curtas, resultando num mapa envolto em nevoeiro que limita severamente a visibilidade. Isto não só compromete a imersão, mas também afeta negativamente a jogabilidade, uma vez que os inimigos só se tornam visíveis quando estamos praticamente em cima deles, reduzindo a estratégia a disparar em direção a pontos vermelhos que aparecem no ecrã.

Os efeitos sonoros são um ponto ligeiramente positivo, com os ruídos dos helicópteros e das armas a serem adequados. Contudo, isso não é suficiente para compensar os visuais dececionantes e as primeiras impressões são, no geral, desfavoráveis. Heliborne oferece modos de jogo tanto offline como online, mas ambos apresentam problemas significativos. Jogar offline é uma experiência relativamente estável, mas não isenta de dificuldades. Por outro lado, a tentativa de jogar online pode ser descrita como um verdadeiro pesadelo. A formação de grupos para jogar online é confusa e problemática. Mesmo após formar uma equipa com um amigo, encontramos vários obstáculos.

Em Heliborne, podemos escolher entre jogar pelo lado russo ou americano. No entanto, a falta de helicópteros dos EUA causa mais problemas, especialmente porque não podemos ambos jogar do lado russo. A navegação pelos menus do jogo é confusa e pouco intuitiva e este também é um desafio devido à complexidade desnecessária e à falta de clareza dos comandos. A jogabilidade em si apresenta várias falhas. Os controlos são contra-intuitivos e não seguem a norma estabelecida por outros jogos de helicópteros. Por exemplo, em vez de utilizar o gatilho direito para aumentar a potência ou altura, Heliborne utiliza o esquerdo, o que causa confusão. A falta de um tutorial exacerba este problema, deixando os jogadores a tentar descobrir os controlos por tentativa e erro.

As missões em Heliborne são outra área onde o jogo deixa a desejar. As instruções são apresentadas num texto minúsculo no canto superior direito do ecrã, dificultando a leitura e compreensão. As missões variam desde transporte de tropas até a destruição de alvos inimigos, mas a falta de clareza nas instruções torna-as mais frustrantes do que divertidas. A progressão no jogo é lenta e pouco recompensadora. Ganhas pontos ao completar missões, que podem ser usados para desbloquear novos helicópteros e habilidades. No entanto, o “grind” necessário para obter essas melhorias é extenso e, muitas vezes, parece que o esforço não vale a recompensa. Mesmo com equipamentos melhores e a possibilidade de voar com diferentes helicópteros no modo de jogador único, o jogo luta para manter o interesse e entusiasmo.

Jogar com amigos pode proporcionar algum nível de diversão, principalmente porque se podem rir juntos das várias falhas do jogo. No entanto, os problemas de conectividade e os erros frequentes tornam a experiência mais frustrante do que agradável. A falta de um tutorial adequado e menus confusos apenas agravam esta situação. Heliborne tenta capturar a magia dos clássicos jogos de helicópteros, mas falha em vários aspetos fundamentais. Os visuais desatualizados, controlos confusos, menus mal concebidos e a quantidade de grind necessária para progredir tornam difícil recomendar este jogo a qualquer fã de simuladores de voo ou jogos de helicópteros. A promessa de reviver memórias de jogos como Desert Strike fica longe de ser cumprida. Apesar de haver um bom número de helicópteros para desbloquear e algumas missões que podem ser jogadas à noite para minimizar os problemas de visibilidade, os aspectos negativos superam largamente os positivos.

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