Análise: Chaos on Deponia

Pouco tempo depois de Deponia a Daedalic já lançou o segundo jogo da trilogia Deponia. Graças ao seu sentido de humor e aos seus puzzles engenhosos, a história de Rufus acabou meio abruptamente no final do primeiro jogo, deixando-nos cheios de vontade para voltar ao mundo de Deponia e Chaos on Deponia é uma continuação que não deve nada ao seu antecessor, muito pelo contrário é até melhor.  A espera para a sequela foi curta e as memórias ainda estão frescas, não sendo preciso muito esforço para recordar a história. Em suma, podemos dizer que rapidamente Chaos on Deponia é exactamente o que se esperava dele, uma melhoria em praticamente todos os aspectos em relação ao primeiro, com um roteiro mais elaborado, gráficos melhores, puzzles mais satisfatórios e muito mais do mesmo humor fantástico de Deponia, simplesmente agora tudo isto já não é surpresa.

Felizmente além de tudo isto a Daedalic fez aquilo que todos os estúdios deviam fazer ao fazer uma trilogia, Chaos on Deponia funciona tão bem como segundo da trilogia como funciona sozinho,no início do jogo este vai-nos dizer tudo o que aconteceu no primeiro jogo em um resumo divertido e abrangente. Neste tipo de jogos é complicado explicar a história numa análise sem estragar toda a experiência. No primeiro jogo facilmente se podia explicar o inicio do jogo sem estragar muito, mas explicar a história do segundo jogo estragaria por completo o jogo para quem não jogou ainda o primeiro, mas posso dizer que este continua exactamente onde o primeiro acabou. A história pode ser dividida em duas partes. Por um lado, temos a história em si que é contada nesta segunda parte, que é simplesmente brilhante e muito engraçada, enquanto, por outro lado, temos a continuação da história principal da série.

Como na primeira parte, um dos pilares principais do título está no seu sentido de humor. Se o primeiro jogo já nos deixava com um sorriso do inicio ao fim do jogo, Chaos on Deponia é uma gargalhada constante, eliminando algumas das piadas fáceis com pouca graça que ainda existiam no primeiro jogo.  Um destaque especial vão para os primeiros 20 minutos do jogo, que são provavelmente os mais divertidos que me lembro num videojogo. Isto também se aplica aos personagens, tanto os novos como os velhos, que vão ter direito a diálogos totalmente surreais. Claro, o destaque é a Meta, um personagem que mal tinha tempo de antena no primeiro jogo, uma vez que passou a maior parte do tempo inconsciente, mas nesta edição a sua importância é incontestável. Sem entrar em pormenores o jogo começa com um determinado evento que irá ocorrer que vai dar uma reviravolta inesperada para o personagem, que além de fornecer todos os tipos de situações malucas terá a sua importância para a solução de alguns enigmas.

A jogabilidade é a clássica, é exactamente igual à do primeiro jogo. Relativamente aos puzzles, este são mais elaborados do que no primeiro jogo, oferecendo alguns realmente desafiadores, mas o nível de dificuldade nunca se torna bastante elevado ao ponto de serem impossíveis de resolver sem um guia. Tal como no primeiro jogo nem sempre se deve resolver um puzzle recorrendo à lógica. Experimentem por-se na pele de Rufus e do seu mundo, pois as regras do nosso nem sempre se aplicam.  Os minijogos também foram melhorados, estão melhor desenhados e integrados na história.

O tamanho do mapa também aumentou consideravelmente desta vez e mais da aventura será gasto numa cidade enorme. Felizmente, não é tedioso ir de um lugar para outro, existindo um sistema de viagem rápida pelo qual podemos viajar de um distrito para outro usando os mapas que estão espalhados pelo mapa. Dependendo da vossa experiência podem esperar cerca de 8 horas de jogo. A nível gráfico,a Daedalic voltou a fazer um grande trabalho, melhorando drasticamente os visuais já fantásticos de Deponia. Apesar de manter os visuais cartoon,  os cenários são muito mais detalhados e recheados assim como variados. No aspecto visual as animações continuam a ser o aspecto mais fraco, no entanto nota-se que estão melhores e muito mais naturais.

A banda sonora mantém o mesmo tom aventureiro e despreocupado da primeira parte. Infelizmente não há qualquer voz na nossa língua, não que fosse realmente de esperar que existi-se num jogo deste género. Felizmente a interpretação dos actores originais é óptima e já estamos habituais a ter que jogar em inglês. Chaos on Deponia é exactamente o que se esperava dele, um jogo de aventura clássico, que continua a história da trilogia conseguindo melhorar e expandir tudo que era bom no primeiro jogo. O grafismo está melhor e os puzzles mais engenhosos e até o senso de humor fantástico do primeiro está melhor. Se o terceiro for tão bom como estes dois primeiro Deponia pode-se tornar numa das melhores séries de aventura moderna.

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