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Análise Eador: Masters of a Broken World

Algo que nunca gostei de fazer é jogar uma sequela sem ter jogado o original. E como sequela generalizo bastante, custa-me bastante por alguma razão começar a jogar uma série no segundo jogo, mesmo que não haja qualquer ligação entre os dois. Obviamente se o jogo não tem realmente qualquer ligação com o anterior não há grande problema em perceber a história, mas poder ver a evolução de um jogo é sempre óptimo.

Estou a dizer isto porque sei que Eador: Masters of a Broken World não é o primeiro Eador, e como já devem ter percebido pelo primeiro paragrafo, eu não joguei o jogo anterior, Genesis. Felizmente este é um daqueles jogos em que realmente não se perde nada em não ter jogado o primeiro jogo. Não há qualquer referencia a este e por informações que recolhi, Masters of a Broken World é no geral um remake de Genesis, portanto nesse aspecto Eador já me estava a agradar. Além disso para mim surpresa o jogo original é oferecido na compra de Masters of a Broken World.

Masters of a Broken World passa-se num mundo partido, separado em shards espalhados pelo espaço. Começam com um tutorial, relativamente bem estruturado que nos ensina o básico e suficiente para o inicio do jogo. Não é um jogo fácil e vão ter que aprender algumas coisas sozinhos. Depois do tutorial podem explorar os diversos shards e conquistá-los. Todos eles são gerados aleatoriamente e portanto o terreno, tamanho e inimigos são sempre diferentes.

Podia ser discutido que esta aleatoriedade faz com que não exista grande ligação entre os vários cenários, mas a forma como o jogo está construído faz com que isso não seja um problema. A complexidade das nossas escolhas estratégicas aumentam no decorrer do jogo. Como temos que fazer escolhas desde o inicio até ao final do jogo, por vezes podemos complicar a estratégia a longo prazo com algumas más escolhas. É preferível por vezes optar por um maior numero de unidades fracas e baratas do que investir em unidades caras mas mais poderosas.

A exploração é também bastante importante, pois ao encontrar alguns sítios mais escondidos podem ser recompensados com itens mais poderosos e tesouros. É esta exploração que impede Eador: Masters of a Broken World de ser mais um 4X ou um King’s Bounty com outro nome. O combate é também bom, com muitas unidades à escolha e bastantes variáveis a ter em conta. Não se trata apenas de somar pontos de ataque e defesa, sendo preciso considerar outros aspectos como a moral.

Além das unidades normais existem os heróis. Estes vêm em várias classes diferentes e precisam sempre de um para liderar o ataque aos shards. Ao contrário das unidades normais que são relativamente dispensáveis, os heróis devem ser desenvolvidos com mais feitiços e itens especiais e são essenciais especialmente em shards maiores.

Eador: Masters of a Broken World é um jogo complexo e com uma profundidade enorme, o que o torna difícil de explicar numa análise, restando pouco mais do que explicar o básico e dizer se é bom ou não. Há alguns menus que estão bem conseguidos, mas existem outros que são uma confusão total. Ainda bem que alguns deles são bastante ignoráveis.

Além dos menus há também alguns problemas no combate. Alguns tipos de terreno são difíceis de perceber e reconhecer e as animações são demasiado longas. A boa noticia é que já foi confirmado um patch que irá resolver estes problemas. Ficamos então a aguardar, mas não posso deixar de realçar esses defeitos no lançamento original, pois este tipo de problemas mostra apenas que talvez  o jogo tenha sido lançado demasiado cedo, um problema bastante comum em jogos indie.

Graficamente surpreendeu-me bastante pela positiva. Não estava realmente à espera de um grafismo tão detalhados, especialmente tendo em conta os poucos recursos e as origens indie. As animações também são brilhantes, infelizmente como já disse são bastante lentas, mas é esse apenas o seu defeito.

Para quem gostar realmente do jogo, existe ainda um modo multijogador. Portanto se a IA já não for um desafio, o que é difícil de imaginar porque a IA consegue ser demasiado desafiante por vezes, podem sempre encontrar um outro jogador para uma batalha um para um.

Eador: Masters of a Broken World é um bom jogo. Não é extraordinário por causa de alguns defeitos que tem. A dificuldade pode assustar alguns jogadores, as animações demasiado lentas, alguns menus mal conseguidos e alguns jogadores já relataram alguns bugs graves. Felizmente a minha experiência é um pouco melhor e não notei nenhum destes bugs, excepto os problemas das animações.  Comparado com Heroes of Might and Magic talvez seja um pouco inferior, mas não deixa de ser um jogo divertido e desafiante.

7/10