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Análise Skulls of the Shogun: Bon-A-Fide Edition

A prova de que a plataforma onde lançar um jogo é tão importante quanto a qualidade do jogo em si é Skulls of the Shogun. Quando foi lançado ninguém negou a sua qualidade, no entanto todos concordaram também que lançar o jogo como um exclusivo Windows 8 e para a sua loja exclusiva não era uma boa decisão, algo que se veio a confirmar agora com o lançamento na Steam, onde devia estar desde o inicio.

Skulls of the Shogun coloca os jogadores na pele do General Akamoto. Traído no dia da sua maior batalha ele volta do mundo dos mortos para descobrir quem o traiu e se vingar. No geral é um jogo de estratégia por turnos, inspirado em jogos como Advance Wars e a edição Bon-A-Fide traz consigo uma boa quantidade de novo conteúdo e mantém toda a qualidade do jogo original, que chega agora a um publico bem mais abrangente. À primeira vista, a coisa que mais se destaca sobre Skulls of the Shogun é o estilo de arte absolutamente fantástico e com isso vem uma incrível atmosfera, que com a adição de um espesso nevoeiro ou outros efeitos meteorológicos que cobrem a maioria dos mapas tornam o jogo um pouco melancólico.

Além da sensação um tanto deprimente o jogo tem um equilibro entre obscuro e adorável que funciona brilhantemente. É importante notar que este visual estilizado transborda para o menu principal e é melhorado com pormenores brilhantes como a forma como a vida das unidades é mostrada. Também não podemos esquecer que tudo isso é apoiada por uma banda sonora fenomenal que combina na perfeição com a estética do jogo.

Quando se trata de estratégia , as coisas geralmente não são muito complicadas. O jogador tem um determinado número e tipo de tropas no início de cada ronda que variam entre infantaria, cavalaria e arqueiros. Os arqueiros assumem o papel de ataque mais forte, mas também são os mais fracos em termos de defesa, enquanto que a infantaria e cavalaria são um pouco mais resistentes, mas causam menos danos. Em cada cenário há ainda uma série de perigos que podem representar uma facilidade na vitória caso sejam bem usados mas podem também arruinar qualquer estratégia.

Para combater esses perigos existem as paredes de espírito. Sempre que dois soldados estão em estreita proximidade um do outro , eles formam um muro de espírito que é representado por uma aura brilhante em torno de cada um dos soldados. Dadas as suas particularidades podem ser usadas para por exemplo proteger os nossos arqueiros, pois apesar das setas das nossas unidades poderem passar através da barreira as inimigas não podem.

Algo que também é muito muito importante em jogos de estratégia são mapas que não só oferecem variedade, mas permitem várias formas de abordagem. Nesta área, Skulls of the Shogun , mais uma vez está muito acima da média. Cada uma das áreas do jogo está criada com cuidado e recheada de pormenores que além de aumentarem a qualidade visual, têm sempre uma aplicação prática que dá alguma vantagem de combate.

Sempre que um inimigo ou aliado, é morto , tudo o que resta deles é o seu crânio escondido dentro de seu capacete. Devorar um crânio permite a quem o come recuperar 3 HP e ter seu HP máximo aumentado em 2. Ao comer o seu terceiro crânio as unidades tornam-se mais fortes e são mais poderosos que as peças contrárias normais, não só porque são mais duráveis ​​e dão mais dano, mas porque podem executar duas acções. À medida que progridem no jogo, estas unidades inimigas tornam-se cada vez mais comuns e a necessidade de criar as nossas próprias torna-se quase obrigatória.

As ilhas esquecidas são uma novidade da edição Bon -A- Fide e leva os jogadores numa jornada ainda mais difícil na pele de um misterioso estranho que afirma ser um tenente do general Akamoto. São quatro níveis são únicos que devem jogar depois de acabarem a campanha e que adicionam um bom valor a esta edição. Neste modo se todas as nossas tropas morrerem no primeiro nível, temos que ir para o segundo sem qualquer tropa o que torna este modo muito mais desafiante.

Além das 10-15 horas de conteúdo de um único jogador, existe um modo multijogador competitivo. Não há muito a dizer sobre isso, considerando que ele não introduz nada de novo que não estava na campanha singleplayer além de bem, ser para vários jogadores. Infelizmente ao reutilizar os mapas este modo perde alguma qualidade, pois muitos deles dão alguma vantagem a um dos jogadores. Este não é um problema na campanha , porque o jogador deveria estar a lutar contra um inimigo mais poderoso. Mas em multijogador quando um jogador tem vantagem pode ganhar mais facilmente.

Skulls of the Shogun é absolutamente incrível. Pode não ser um jogo de estratégia bastante profundo em termos de complexidade, mas no que toca a tornar um jogo de estratégia acessível e divertido para todos, Skulls of the Shogun faz-lo melhor que qualquer um. Tudo, desde a arte do jogo ao gameplay é absolutamente fantástico. Tanto a arte como a musica são gostos que podem não ser partilhados por todos os jogadores mas a qualidade é garantida. O multijogador necessita de algum trabalho para que seja verdadeiramente justo para todos os jogadores, mas mesmo assim os seus criadores merecem crédito por adaptar bem todo o trabalho feito no jogo a solo. Com o lançamento na Steam é a altura de Skulls of the Shogun receber o numero de vendas que sempre mereceu e não tinha por causa de uma má decisão de marketing.

9/10