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Análise Volgarr The Viking

Há quem diga que chegámos a uma fase nova dos videojogos, uma em que tudo é dado ao jogador, desde tutoriais que nunca mais acabam e vidas infinitas, e que os bons jogos são apenas medidos pelos belos gráficos. Pois começa já a haver exceções, principalmente no mundo Indie. Eis que nos chega Volgarr the Viking, um jogo que veio diretamente dos anos 90 e trouxe com ele a nostálgica dificuldade, que tantos comandos de NES e Megadrive partiu.

Assim que começamos o jogo, ouvimos uma voz grave que grita “Rise Warrior”, e assim começamos o jogo, sem apresentações CGI, vídeos ou outros. Deparei-me imediatamente com uns belos gráficos retro, e a jogabilidade é 2D sidecrolling ao bom estilo de Castlevania.

Em Volgarr the Viking o objetivo é simples, chegar ao fim de todos os 7 níveis, matar o máximo de inimigos possível eliminando os Boss pelo caminho. Parece fácil, tirando o pequeno pormenor de que não existem vidas; não existe barra de sangue; e pior que tudo, não há save points. Qualquer toque em qualquer dos inimigos do jogo, desde o mais fraco ao mais forte, mata Volgarr, numa explosão de sangue e ossos brutal, e a única maneira de percorrer os níveis deste jogo é de uma vez só, pelo velhinho método de tentativa e erro. Geralmente os vários inimigos espalhados pelo jogo distinguem-se pela sua cor, cores diferentes indicam que têm resistência diferente e não morrerão somente com um ataque nosso. Contem também lutar com Bosses como Esqueletos gigantes, cobras e monstros marinhos.

Ao longo dos níveis Volgarr pode atirar uma lança, que por vezes serve também de plataforma de salto se for atirada contra a parede, e conta com movimentos como duplo salto para chegar aquelas plataformas mais altas e pode também rolar no chão. Mas o melhor de Volgarr não é os movimentos, mas assim a armadura, ou não fosse Volgarr um viking. Estas peças de armadura estão dentro dos vários baús espalhados pelos níveis. O primeiro é o escudo, que nos permite apanhar um ataque inimigo antes de morrer, depois o capacete e finalmente a épica espada de fogo. Ao recebermos um hit de um inimigo ficamos imediatamente sem o escudo, outro hit e ficamos sem o capacete e espada deixando Volgarr completamente vulnerável outra vez.

A única coisa que existe em Volgarr são checkpoints, ou seja, mesmo que esteja já há duas horas a jogar no mesmo nível, quase no fim, basta um hit que volto imediatamente ao checkpoint, que é no inicio do nível e de forma nenhuma que posso desligar o jogo, pois mesmo que esteja no quase a chegar ao fim do jogo, vou ter que começar do zero. Esta medida adotada pelo pequeno estúdio Crazy Viking, é sem dúvida nenhuma hardcore, e já há varias criticas de jogadores que pedem alguma maneira de salvar o progresso, mas eu acho que esta dificuldade extrema faz parte do estilo e charme deste jogo. É assim que este jogo deve ser jogado.

Volgarr the Viking é sem dúvida um jogo brutal e hardcore. Aqueles que procuram aquela dificuldade há muito perdida pelos anos 90 têm aqui uma oportunidade de ouro. Vale a pena pelo baixo preço, e pelo design retro espetacular. São jogos como este que separam os grandes clássicos dos impostores, e este é um clássico.

8/10