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Análise: The Guided Fate Paradox

Dentro desta cópia do mundo real, a personagem do jogador é escolhida como Deus através da máquina de loteria do destino, para cumprir um desejo que tenha sido feito . Cada desejo envolve a luta através de masmorras , monstros ou aberrações , que não querem o destino da pessoa a ser mudado, para chegar a uma conclusão satisfatória para todos os envolvidos.

Tal como em muitos outros JRPGs a história não faz realmente muito sentido, pelo menos quando a temos de explicar de forma tão sucinta e as personagens são obviamente adolescentes e as personagens femininas parecem ter metade da idade que aparentam e usam todas trajes menores.

As comparações com Disgaea são inevitáveis. Tanto a jogabilidade como a própria história têm semelhanças. É um RPG táctico e até o angulo da câmara é semelhante.  O inicio é lento com o jogo a dar ao jogador uma dose muito limitada de liberdade, algo que dura quase uma hora. Depois começa realmente e começamos a ver as influencias do género roguelike, com todos os seus trunfos e frustrações.

Se morrerem inesperadamente numa das dungeons vão aparecer algumas ajudas para as tentativas seguintes. Infelizmente isto não salva tudo e morrer continua a ser frustrante e torna-se ainda mais quando nem sequer temos alguma hipótese à partida. Quando encontramos algumas salas com bosses sabemos que o caminho acabou ali e no nosso estado atual nunca iremos conseguir sobreviver mas temos apenas que aceitar que o fracasso é uma parte necessária da progressão.

Infelizmente o próprio jogo parece aceitar e incentivar isto. Morrer desbloqueia alguns aspectos no jogo, portanto mesmo que sejam o melhor e mais sortudo jogador de The Guided Fate Paradox não podem realmente avançar enquanto não tenham morrido algumas vezes. É um método extremamente frustrante, por vezes obrigando o jogador a morrer apenas para lhe dar exatamente o item que o iria salvar.

Se alguma vez jogaram The Binding of Isaac ou Spelunky sabem a frustração que é ter tido a sorte de chegar a um ponto em que estamos realmente contentes com a nossa personagem, tanto em termos de dano como em sobrevivência, apenas para perdermos tudo em segundos. Demora algum tempo até percebermos o que vale a pena, o que pode funcionar bem com outros itens e aquilo que até nos irá prejudicar.

Mas se tivermos um pouco de paciência, logo vamos descobrir um dos mais profundos sistemas de nivelamento táticos que temos visto , para melhor ou pior. As armas podem ser melhoradas quando “explodem” de uso , o que nos dá Holy Icons para colocar no  Divinigram. A profundidade do sistema é realmente grande e não se baseia em tentar chegar ao fim de cada dungeon e voltar a repetir tudo de novo sem qualquer proveito.

A técnica usada nos dungeon crawlers também é útil aqui. Voltar a repetir algumas dungeons para melhorar as nossas estatísticas permite-nos jogar pelo seguro e evitar algumas mortes frustrantes e indesejáveis, mas são as tentativas em zonas avançadas que nos dão maior satisfação.  Alguns Fates , ou desejos, são divididos em dois – tornando-o perfeito para moer e chegar ao confronto com o sistema, enquanto outros exigem uma audiência e um bom bocado de nivelamento até chegar ao ponto onde podemos enfrentar um boss com confiança, pois o seu nível começa a partir de cada  dungeon .

As modificações corporais no Divinogram são um dispositivo de nivelamento brilhantemente complexo, e são, essencialmente, o núcleo do jogo. Essa complexidade acaba por significar que nem sempre sabemos o que estamos a fazer, mas é um sentimento que não dura para sempre. Ao fim de uns resets ou de horas de jogo tudo se torna obvio.

 

The Guided Fate Paradox tem uma grande variedade de designs de nível, mas em contrapartida, ele pode ser um pouco frustrante com alguns diálogos intermináveis e a própria história pode ser um pouco previsível. Pior que sequencias de história intermináveis, é quando já sabemos exatamente o que vai acontecer. Não é algo que aconteça sempre, mas, acontece. Podem sempre passar à frente destas sequencias, mas todos sabemos que os verdadeiros fãs de JRPGs não vão fazer isso.

Nenhuma das personagens é realmente interessante e nunca me senti ligado a nenhuma delas, mas conseguem ter piada, mesmo que nunca despertem outros sentimentos, ao mesos fazem-nos rir. Ainda assim, os desejos são muitas vezes agradáveis, com o momento surpreendente ocasional de emoção genuína.