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Análise: 1954: Alcatraz

Para fugir precisa da ajuda a mulher, mas nada parece ser assim tão fácil, pois esta está a ser ameaçada pelo seu antigo parceiro, que quer todo o dinheiro que Joe foi ganhando com os assaltos. Infelizmente ela não o pode ajudar muito, pois apenas Joe sabe onde para o dinheiro.

Pelo próprio nome do jogo podemos perceber que o jogo se passa nos anos 50 e tem como palco a prisão de Alcatraz, muito provavelmente a mais famosa do mundo. Este não é o projeto mais ambicioso da Daedalic e apesar de prometer alguns aspectos interessantes como caminhos alternativos durante a história dependendo das nossas escolhas. Infelizmente este não parece ser o caso. Realmente existem finais alternativos, mas o jogo em si não varia conforme as nossas escolhas, apenas o final.

 

Felizmente a história é boa e interessante maior parte do tempo, assim como as personagens. As duas personagens têm importância durante a história com todos os pedaços a serem ligados à medida que vamos progredindo. O antigo parceiro de Joe, Mickey, tenta pressionar constantemente Christine que por sua vez se encontra várias vezes com um detective com o qual tem uma história passada.

Ao contrário dos jogos da TellTale por exemplo, aqui existem puzzles e estes têm um papel crucial no jogo, tal como é habitual nos jogos da Daedalic. Felizmente para alguns jogadores e infelizmente para outros, estes puzzles são normalmente simples, contendo objetos encontrados na própria sala ou zona onde são precisos. Este é um género que tem evoluído bastante nos últimos anos. Os fãs do género não gostam da simplicidade atual, mas a realidade é que graças a estas mudanças o género tem renascido e atraído muitos jogadores novos.

 

A verdade é que os jogadores não estão propriamente habituados a serem desafiados e numa era em que a qualquer dificuldade podemos simplesmente ir ao Google e procurar a resolução, uma puzzle difícil não ajuda em nada a tornar um jogo melhor. Graficamente é um jogo agradável que mistura fotografia 2D com personagens 3D.

A Daedalic tentou dar um visual inspirado em banda desenhada a 1954: Alcatraz e funciona durante grande parte do jogo. San Francisco está cheio de personalidade e alguns locais são fantásticos. Mas quando as personagens em 3D começam a contrastar com os cenários em 2D, como que flutuando, o efeito começa a perder a qualidade que tinha no primeiro impacto. Jogos como The Walking Dead e The Wolf Among Us utilizam de forma bem mais eficiente o visual banda desenhada ao criar cenários e personagens 3D com cel shading.

 

O estilo de arte escolhido também estra num confronto direto com a temática do jogo. Maior parte do jogo é realmente adulto e aborda temáticas realmente interessantes, mas o estilo visual escolhido não deixa passar essa ideia. Além disso a forma como mistura 2D, 3D, banda desenhada e ainda outros elementos faz passar a ideia de que os criadores não sabiam realmente que caminho queriam seguir quando estavam a criar a identidade visual de 1954: Alcatraz.

Felizmente no que toca a áudio o jogo sabe realmente o que quer ser, indo buscar toda uma banda sonora e sons atmosféricos aos anos 50. Infelizmente a banda sonora não combina de todo com os visuais, o que me deixa concluir sem grandes duvidas que é o grafismo que no fim torna este jogo bem inferior ao que poderia ser caso houvesse maior cuidado a criar uma identidade única no que toca aos visuais.