Há várias coisas certas durante o ano, o dia e a noite, as estações do ano, o Natal e que algures em Setembro temos um novo FIFA. As novidades tendem a ser poucas dado que além de um ano de trabalho não ser propriamente muito para grandes desenvolvimentos, o jogo em si atingiu já um patamar que não há muito para melhorar, mas sim talvez refrescar. Os últimos anos de FIFA foram exactamente isso. Além de A caminhada que trouxe realmente algo de novo ao género, ou pelo menos foi uma evolução grande às ideias de um género que não funcionavam a todo o potencial, FIFA tem visto apenas algum refrescar de tudo o que o compõe. Uns retoques na jogabilidade, umas melhorias pontuais no Ultimate Team e nos menus e o resto tem-se mantido mais ou menos estável e pessoalmente acho que isso é necessário ao FIFA para que os jogadores caminhem em território conhecido ano após ano.
Este ano trás consigo algumas novidades, não são grandes mas tal como todos os anos são na generalidade bem vindas. Existem novos modos de jogo rápido, melhorias na jogabilidade, um aguardado terceiro capítulo de A Caminhada, um novo modo no Ultimate Team que substituiu as temporadas, a licença da Liga dos Campiões e tudo o que daí resulta e outras pequenas melhorias. Infelizmente alguns modos não sofreram da mesma atenção e tanto o modo carreira que continua a ser o modo offline mais completo e o modo Pro Clubs não receberam qualquer melhoria ou tiveram qualquer novo conteúdo. Apesar de não poder dizer que estes modos estão piores mas não receberem qualquer tipo de atenção durante um ano não é propriamente desculpável.
Além das melhorias na jogabilidade directa, FIFA 19 traz consigo novas opções tácticas que nos ajudam a tornar o jogo ainda mais próximo da jogabilidade que cada um pretende. Com as novidades podemos definir com mais detalhe a forma como queremos que a nossa equipa reaja a cada acontecimento do jogo. Como podem comportar-se num canto ou livre, como reagir quando perdem a bola e como devem pressionar. Muitas opções já existiam anteriormente mas com as novas é agora possível entrar em mais detalhe e configurar ainda melhor a nossa equipa. Nem tudo é perfeito neste aspecto e apesar de tudo ser mais ou menos intuitivo não posso dizer que muitas coisas que fazemos não tenham as repercussões que achamos que têm. Alterar uma definição num dos planos de jogo por exemplo não irá transferir-la para os restantes planos e normalmente o jogador só dá conta disso depois de já ter iniciado um jogo e precisar de trocar de plano durante o jogo.
O foco da EA é claro até na organização dos menus. Desde que os criadores de FIFA viram que podiam literalmente imprimir dinheiro graças às microtransações do Ultimate Team que o foco passou a ser esse, mesmo que seja esse o modo que os deixa quase afastados dos maiores palcos dos eSports, uma vez que não se consegue impor porque num jogo um para um, 20 dos jogadores em campo estão a ser controlados pela IA. Os maiores desenvolvimentos foram nesta área e isso nota-se. O Ultimate Team está pensado para optimizar o tempo que o jogador passa no jogo, exigindo bem mais do jogador do que o retorno que lhe dá. Desde Squad Battles, Épocas offline, Division Rivals, FUT e o tempo que o jogador perde no mercado e na loja, a criar e optimizar a sua equipa, tudo no modo consegue facilmente consumir horas e horas de jogo ao jogador. Aqueles que já conhecem o modo dos anos anteriores vão sentir-se em casa e vão adorar começar de novo, encontrar uma estrela num pack opening e criar uma equipa à volta dessa estrela, optimizando o entrosamento dos jogadores encontrando no mercado jogadores do mesmo país e/ou liga para que a equipa funcione no seu máximo potencial. No entanto os jogadores que olham para este modo como uma forma descarada de pay to win não vão trocar de ideias este ano, porque todas essas críticas continuam a ser válidas, mesmo com todas as formas de ganhar packs e dinheiro à nossa disposição agora.
A caminhada é o modo história que FIFA precisava para dar algum interesse ao modo que nos permita tornarmos-nos uma lenda. Este terceiro capítulo é o fecho da história de Alex Hunter, com a sua irmã e Danny a juntarem-se numa narrativa a três vozes. Apesar de a história ser simples e mesmo todas as interpretações medianas este é um modo que gosto particularmente e espero que continue para além deste ano com um novo protagonista, talvez alguém com um passado diferente e que valha realmente a pena acompanhar, não que Alex Hunter seja um mau protagonista, mas consigo imaginar algumas histórias que gostaria ainda mais de ver a desenrolarem-se ao longo de 3 anos de jogos.