Análise: Downward Spiral: Horus Station

Downward Spiral: Horus Station é um jogo que convida os jogadores a explorar o seu mundo e descobrir tudo por eles mesmos. Para um jogo que depende da sua atmosfera, isso não é necessariamente uma coisa má, mas conhecendo o tipico jogador casual é algo que irá afastar muitos jogadores. Flutuar pelos ambientes massivos de Horus Station pode parecer um pouco lento se, a qualquer momento, o jogador ficar sem ideias sobre o que fazer a seguir ou sobre como progredir então a experiência torna-se frustrante e aborrecida. Essa sensação de falta de direção pode ser algo fantástico para alguns jogadores ou tornar o jogo injogável para outros, tudo depende da preferencia do jogador pois o jogo oferece exatamente o que promete.

O resultado desta abordágem é que todo o progresso é altamente gratificante, algo que é muitas vezes ignorado nos jogos modernos. Todas as pequenas conquistas são altamente gratificantes se bem que possam ser demoradas e espaçadas entre si.

Downward Spiral oferece uma história simples que não existem diálogos para explicar as coisas ao astronauta. Ele está sozinho nesta estação , encarregado estranhamente pela própria estação, com reparos. O que motiva o astronauta não é claro e os jogadores têm de descobrir as coisas sozinhos, baseados apenas no que vêem. O facto de o jogador saber sempre menos que a personagem é algo que me faz alguma confusão porque o jogador encarna uma personagem e devia saber sempre o mesmo que ele naquele momento ou pelo menos o mesmo naquela situação.

Essa abordagem é boa se forem o tipo de jogador que está preparado para ser paciente e comparando com outros jogos do género,  Downward Spiral: Horus Station oferece muito menos aos jogadores neste aspecto, deixando quase a totalidade da narrativa ao cargo do jogador. No que toca à jogabilidade, quando o jogo começa, o astronauta não tem ferramentas ou dispositivos para se mover. O primeiro desafio é conseguir mover a personagem num ambiente de gravidade zero e o jogo na realidade nunca nos diz diretamente como funciona a sua mecânica de movimento. Como já referi antes, sou da opinião que o jogador deve saber o mesmo que a personagem que controla, por isso não ser informado de coisas básicas é um problema.

A jogabilidade baseia-se apenas em empurrar e puxar e a falta de manobrabilidade deixa-nos em desvantagem contra os drones inimigos. Estas máquinas podem ser destruidas facilmente com qualquer ferramenta espacial que  encontramos no entanto os combates são demasiado desfavoráveis ao jogador dada a sua falta de movimento. Graficamente estamos perante um jogo mediano, sem nada que salte à vista, apesar de fazer algum bom uso das cores. Pensado como jogo principalmente para VR é normal que não seja uma maravilha gráfica. O som por outro lado é bastante competente.

Downward Spiral: Horus Station não é um jogo para todos, nem é um jogo que eu consiga recomendar a todos os jogadores. Acho que tem um publico alvo até bastante definido e não acredito que consiga agradar alguém que se desvie muito desse público alvo, paciente e que procura algo específico dentro do espectro da exploração.

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