Beyond Extinct é um FPS Roguelite que se encontra em Early Access na Steam. Neste momento a jogabilidade varia entre bastante polida até elementos que não consigo perceber se fazem parte da jogabilidade pretendida ou se ainda estão a ser trabalhados. O jogo baseia-se em níveis gerados aleatoriamente em que ondas de inimigos atacam o jogador. Existem zonas de compra no final de cada nível e o jogador vai subindo de nível, ganhando pontos de habilidade que podem ser trocados por melhorias na resistência ou dano infligido.
No geral Beyond Extinct obedece a praticamente todos elementos que caracterizam um Roguelite, mas ao adaptá-los a um FPS mais ou menos tradicional consegue diferenciar-se bastante e oferecer uma experiência não é fácil de encontrar. No que toca ao “gunplay” Beyond Extinct é realmente bom. As armas são divertidas de usar e as habilidades de “dash” e “slide” mantêm o jogo dinâmico e rápido. Fazer “dash” torna-nos invulneráveis durante um curto espaço de tempo e o jogo apesar de desafiante nos níveis mais avançados é acessível o suficiente para que nos consigamos divertir. No entanto o jogo sofre na minha opinião de dois problemas nesta fase de desenvolvimento.
O primeiro problema de Beyond Extinct é na geração aleatória dos níveis. Além de isto fazer com que muitos dos níveis pareçam iguais, o maior problema é que alguns níveis podem tornar-se demasiado claustrofóbicos, com zonas muito fechadas que tornam quase irrelevantes as nossas habilidades de movimento. Aquilo que torna a jogabilidade do jogo boa são as habilidades e se o jogo nos coloca numa posição em que não as podemos utilizar de todo ou estamos muito limitados na sua utilização o jogo reverte para banal. Outro problema é que o jogo não nos obriga a navegar pelo mapa. Sejam os cenários mais ou menos interessantes, o jogo devia pedir ao jogador que se mexe-se de alguma forma, mas como os inimigos procuram ativamente o jogador independentemente de onde ele esteja como se fosse um íman de demónios o jogador pode simplesmente encostar-se a uma parede e distribuir “headshots”.
Visualmente Beyond Extinct não irá ganhar nenhum prémio mas também não é um jogo feio. A única coisa que pessoalmente não me agradou muito foi a direção artística. O jogo mistura alguns elementos de ficção cientifica com outros de terror mas os elementos de terror não funcionam igualmente bem. Alguns dos inimigos não parecem fazer parte do mesmo jogo e no geral eu classificaria os inimigos como banais sem nenhuma criatura memorável e o sentimento de que já vi este monstro em algum lado é transversal.
Apesar de tudo isto Beyond Extinct tem muito espaço para crescer e com pequenos ajustes podemos ter aqui um excelente jogo para os fãs de FPS já que existem muitos elementos aqui já com enorme qualidade e mesmo no estado atual são 10€ que poderiam ser bem pior gastos.