Blightbound é um jogo que tem tudo para funcionar e isso certamente será verdade no futuro quando o jogo for lançado mas neste momento é um verdadeiro deserto quase impossível de jogar. Blightbound é um RPG / Brawler neste momento em Early Access que mistura conceitos de dungeon crawler, MMO e um pouco de Trine e até Dragon’s Crown. Os primeiros minutos do jogo fizeram-me realmente lembrar Dragon’s Crown com o visual cartoon que não parece tão desenhado à mão como no jogo da Atlus mas é na mesma semelhante, mas sobretudo na sua jogabilidade e dinâmica. No entanto há um aspeto que separa Blightbound de praticamente toda a concorrência que conheço, neste momento apenas podemos jogar com outros dois jogadores reais.
Visualmente Blightbound é realmente impressionante. Não o considero tão impactante como Dragon’s Crown mas dado que poucos são os jogos que apostaram neste tipo de visual não posso deixar de ficar impressionado. Além disso a concorrência neste sub-género é realmente limitada e há muito poucos jogos a focarem-se em RPGs de ação 2D. A jogabilidade por outro lado é bem mais Streets of Rage do que Diablo, tendo em conta a perspectiva, mas novamente, aqueles que tenham jogado Dragon’s Crown vão encontrar aqui algo de muito semelhante no que toca a jogabilidade, se bem que talvez ainda não ao mesmo nível. Felizmente o jogo encontra-se em Early Access por isso ainda há tempo.
A jogabilidade pode ser familiar mas há muito em Blightbound que é original, ou pelo menos original no género. Existem essêncialmente três classes no jogo, rogue, mago e guerreiro, cada uma com uma função bastante específica, mas existem muitos heróis de cada uma para encontrar. O trabalho de equipa é muito importante e cada jogador deve seguir o seu papel à risca já que se o rogue tentar ser o tanque da equipa o sucesso dificilmente será atingido. A estrutura da equipa é mais rigida neste aspeto, com o guerreiro a ser o tanque, o mago a infligir algum dano mas essencialmente a ser o curandeiro e o rogue a ser o verdadeiro arsenal pesado da equipa.
Aquilo que é o principal factor diferenciador de Blightbound é também o seu maior problema neste momento. É praticamente impossível encontrar mais dois jogador para jogar neste momento. Pessoalmente consegui encontrar jogador duas vezes em duas semanas de tentativas, o que poderia nem sequer ser um problema muito grave dado ser um lançamento em Early Access se não fosse o facto de não existirem bots no jogo. É isso mesmo, caso não tenham o vosso próprio grupo de amigos e como o Matchmaking é praticamente impossível, jogar Blightbound é neste momento quase teórico. Carregar em play simplesmente nos lança para uma interminável espera, o que invalida qualquer ponto positivo que o jogo tenha.
Quando Blightbound funciona é um jogo interessante e que irá certamente tornar-se ainda mais interessante no futuro. Temos vários herois que são escolhidos aleatóriamente ao jogar e que são sempre baseados nas três classes do jogo. Cada um tem as suas habilidades normais e especiais e irão ser adicionados ainda mais no futuro. O jogo baseia-se em pequenas “dungeons” em que os três jogadores votam na dificuldade. Estes elementos fazem com que o jogo se mantenha sempre fresco já que não sabemos exatamente o que vamos jogar nem com que personagem. É um jogo que leva a ideia de cooperação para um patamar realmente interessante já que o sucesso depende sempre da cooperação e onde cada um pode dominar a jogabildade mas sem cooperar falha tanto como o resto da equipa.
Blightbound é infelizmente um jogo que não posso recomendar neste momento, não pela sua falta de qualidade mas pela ausência de bots. É um problema cíclico e crónico neste tipo de jogos já que o problema é a falta de jogadores e não haverá mais jogadores por causa disso mesmo. O facto de simplesmente não se poder jogar sem eles apenas me deixa a opção de atrasar o meu voto de recomendação até que pelo menos os bots sejam adicionados no futuro.