Desenvolvido pela Kenkou Land e publicado pela Fruitbat Factory, MAMIYA é uma nova visual novel que promete acima de tudo uma temática mais adulta que o normal do género. A Fruitbat Factory tem-se destacado um pouco com a qualidade das visual novels no seu portfolio e apesar de apenas termos acesso neste momento a uma demo de MAMIYA, podemos dizer desde já que não será este jogo a estragar esta reputação.
O jogo começa com uma reunião de pessoas familiares de Natsume. Maior parte das personagens aqui reunidas parecem ter conhecido Natsume, mas nenhuma parece ter-lo conhecido a fundo, apenas de forma breve e leve e ninguem parece saber quem ele era exatamente.
As demos que têm sido lançadas nos festivais da Steam têm tido uma duração considerável e MAMIYA não foge a essa tedência. O jogo final irá ser separado em duas partes, FallDown e DownFall, sendo a demo a parte FallDown completa ou praticamente completa, então podem ter uma noção do tamanho da demo. Além de mostrar as características principais do jogo, como arte e interface, a demo serve como uma introdução às personagens. Esta demo é bem mais do que o necessário para ficarmos a conhecer as personagens. Começamos por conhecer uma personagem e depois disso o jogo torna-se bastante linear, contando a história daquela personagem.
As histórias de MAMIYA são geral deprimentes. Não digo isto no mau sentido, não há nada de errado em querer contar uma história triste. Os temas são variados, abordando tópicos pesados como bullying por exemplo. A única coisa que todos eles têm em comum é Mamiya. Mas quem Mamiya é fica para desvender na segunda parte da história. As personagens estão todas a passar por momentos muito complicados e Mamiya torna-se nessa altura o seu suporte emocional e quem lhes indica o caminho por esta altura difícil. O jogo tem também uma atmosfera pesada que aumenta a situação de desespero em que estas personagens estão.
A sua atmosfera e as personagens são o melhor que o jogo tem para oferecer. As histórias são bastante lineares, mas as personagens são de tal forma fáceis de relacionar que a história acaba por ter muito mais impacto. Visualmente o jogo mistura personagens detalhadas com fundos da vida real distorcidos por efeitos de filtro de ruído. As vozes nem sempre estão presentes nas cenas, assim como a música, mas quando aparecem realçam a cena e o seu impacto.
MAMIYA promete ser uma experiência bastante interessante dentro do género. É um jogo mais adulto e num mundo mais escuro que o normal, recheado de desespero. Longe de ter histórias que nos fazem sentir bem, MAMIYA percorre um caminho diferente, mas igualmente válido.