Análise: Sheltered 2

Inspirado por jogos como Fallout Shelter, o primeiro Sheltered é um jogo indie que tenta pegar no género essencialmente inventado pela Bethesda e criar algo mais elaborado. Por muito interessante que Fallout Shelter seja, é essencialmente um jogo que pretendia promover Fallout 4. O resultado do primeiro Sheltered foi interessante mas quando comparado com Sheltered 2 parece praticamente uma demo ou um protótipo, dado o salto de qualidade.

A primeira diferença a saltar à vista é o estilo visual. O estilo arte pixel do primeiro jogo foi trocado por um motor 3D que dá um estilo cartoon ao jogo mas que é muito mais interessante. Não tenho nada contra arte pixel, muito pelo contrário, mas a realidade é que já vemos tanta que começa a parecer toda igual e este novo estilo visual dá muito mais identidade ao jogo.

Para ser um bom jogo é preciso algo de mau a acontecer e neste caso esse algo mau acabou com a civilização. Tudo o que precisamos para sobreviver agora só pode ser encontrado explorando edifícios abandonados. A jogabilidade de Sheltered 2 envolve essencialmente sobreviver e as pequenas coisas que são precisas para o fazer. Cada novo jogo começa com três sobreviventes, um líder mais dois com a aparência e estatísticas a serem decididas pelo jogador e depois entramos no nosso bunker abandonado no meio de um mapa gerado aleatoriamente. É neste bunker que passamos a maior parte do tempo, definindo tarefas para os nossos sobreviventes. Estes têm de cozinhar, limpar e criar itens.

O jogo tem combate, mas o principal inimigo é o simples desgaste de tudo. As coisas avariam e partem, mas também os nossos sobreviventes se desgastam já que a sua saúde mental também sofre a estar fechados num bunker e viver num mundo desolado. A qualquer momento, a porta do bunker pode ser rebentada por bandidos. A maioria está atrás da nossa comida e água mas na grande maioria dos casos, o jogo dá-nos a chance de evitar o combate. É perfeitamente possível deixar um ladrão levar o que quiser se quiserem evitar o combate.

Dentro do bunker temos que nos preocupar com muita coisa, desde garantir que todos estão de boa saúde, alimentados e que coisas elementares como o filtro do ar funciona. O sangramento e a privação de oxigénio têm um efeito de status de -2hp por segundo e enquanto que o sagramento pode ser mais ou menos fácil de detetar, até porque normalmente vem como resultado de combate, a privação de oxigénio não foi muito óbvia para mim da primeira vez que aconteceu. Manter comida e bebida disponíveis obriga-nos a explorar, mas explorar tem riscos, por isso é também necessário sair o suficiente para ter sempre comida e bebida para todos, mas apenas o suficiente, já que precisamos também de garantir que tudo no bunker está a funcionar e este é defendido por alguém.

É talvez o combate de Sheltered 2 que é o seu pior aspeto. Não é horrível, funciona, mas é um daqueles combates por turnos que não apresenta nada de realmente extraordinário e que já jogámos um milhão de vezes antes. Felizmente este não é o foco do jogo. Sheltered 2 é acima de tudo uma ótima sequela. Todas as características e mecânicas do jogo original foram expandidas e melhoradas e este tornou-se melhor em toda a linha.

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