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Análise: Dead Man’s Diary

Dead Man’s Diary é um jogo de sobrevivência com um foco na narrativa. O jogo tem como palco um futuro onde houve um desastre nuclear. Passaram-se quinze anos deste esse desastre e é neste mundo pós-apocalítico que os jogadores têm de sobreviver. Para isso precisam de encontrar as coisas normais para sobreviver, como comida e bebida não contaminadas, criar um abrigo e sobretudo, sobreviver. A jogabilidade é completamente tradicional dentro do género. Os jogadores vão passar grande parte do jogo à procura de água, comida e pilhas para a lanterna. Também é importante encontrar materiais para criar um abrigo e fogueira. Ao contrário de outros jogos, aqui há muita comida espalhada, pelo que essa parte da sobrevivência é relativamente simples.

Dada a temática do jogo existem alguns elementos específicos de sobrevivência. A radioatividade tem um papel central, com o jogador a ter de utilizar um medidor Geiger para medir a radiação. Infelizmente o jogo não se parece importar muito que este seja um item fundamental uma vez que não nos explica como encontrar ou usar o medidor. Felizmente, morrer simplesmente retorna o jogador ao último ponto de gravação e estes são automáticos ou manuais, o que torna tudo bem mais acessível. Mesmo depois de encontrar o medidor Geiger, o jogo não deixa de ser complicado. Se encontrar comida é relativamente fácil, tudo o resto que precisamos não é tão simples. O primeiro problema é encontrar baterias e materiais para montar o acampamento. O registro de missões fornece alguma orientação mínima e não há mais pistas para nos ajudar a encontrar os itens necessários.

Além disso, é difícil distinguir entre cenário e itens que podem ser recolhidos, a menos que o jogador esteja muito perto do item. A exploração acaba por se tornar rotina e a aventura de ser um dos últimos sobreviventes torna-se um pouco frustrante. Infelizmente o que resto fora estes elementos não é muito divertido também. Existem também alguns elementos de terror discretos, como pequenos ruídos. No início do jogo começa por tornar o jogo mais tenso, mas com o tempo vamos vendo que estes ruídos não resultam em nada e essa pequena tensão acaba por desvanecer.

Como referi acima o jogo conta com um foco grande na narrativa e isso é sobretudo notório na fase inicial. Infelizmente o jogo não faz um bom trabalho em tornar essa narrativa interessante para o jogador. A maior parte da história inicial é contada através da exposição inicial. O resto da história não é entregue de formas muito melhores. A grande maioria é contada através de verdadeiros monólogos da nossa personagem e no geral não é uma boa solução.

Visualmente este é um jogo bastante interessante. A arte é boa e o grafismo em si é detalhado e atmosférico. Infelizmente passamos a grande maioria do tempo a fazer tarefas aborrecidas, o que nos deixa muito pouco tempo para admirar o cenário. Além disso a maioria das texturas e outros assets são bastante banais e pouco originais. A banda sonora por outro lado é consistentemente boa, misturando vários ritmos e mantendo a temática melancólica do jogo. O resultado final fica bastante aquém das possibilidades da premissa e no geral não há aqui nada que o jogo faça melhor do que outros jogos do género.