Análise: Impaler

Impaler é um shooter old-school com elementos roquelike. É um shooter que tenta ser minimalista e isso nota-se principalmente pelo preço. Não há muito em termos de mecânicas elaboradas, Impaler é um shooter de arena onde temos de enfrentar várias ondas de inimigos de dificuldade crescente. Sem história para orientar a ação, Impaler não perde tempo a ir diretamente para a ação.

Quem cresceu com jogos como Serious Sam sabe exatamente o que esperar aqui. O jogo lança contra o jogadores vários inimigos numa arena retangular. Para tratar dos inimigos podemos criar espigões, os mesmos que dão o nome ao jogo já que parte da diversão é realmente tentar empalar a grande maioria dos inimigos que fazem parte do exército de monstros que o jogo nos coloca à frente. A jogabilidade é soberba, com foco no movimento rápido e em soluções criativas. Este é um jogo realmente pequeno, como o próprio preço indica, mas a jogabilidade é surpreendente.

Além de ser fantástico em qualquer PC, já que não precisam de um tanque de guerra para correr o jogo, é também um par feito no céu com a Steam Deck. É um jogo que pode ser aproveitado em sessões curtas e além disso consegue ser um jogo que dura bem mais do que seria de esperar. Não é um jogo longo, mas não estava de todo à espera que fosse um jogo que fosse ficar tanto tempo instalado e comigo a jogar continuamente.

Começamos o jogo escolhendo a arma que vamos levar para a arena. Aí, somos confrontados com ondas e ondas de inimigos, culminando num boss final. Em cada ronda os inimigos aparecem de pilares e outros elementos que dão verticalidade ao jogo. Podemos usar truques tão antigos do género como o rocket jump para ganhar altura e eliminar os inimigos mais facilmente. Cada onda também conter três troféus no centro. O objetivo é mover os troféus para a zona marcada e libertar as moedas. Estas moedas são as mesmas que podemos recolher dos inimigos, mas nesse caso em menor quantidade. No final de cada ronda podemos usar estas moedas para comprar upgrades.

Impaler é acima de tudo um roguelike, com uma certa dose de aleatoriedade como seria de esperar. Não há uma grande dose de progresso, nem upgrades permanentes como nos jogos mais elaborados do género. Impaler acaba por sofrer de um problema raro, é melhor do que se calhar até os próprios criadores do jogo têm noção e isso começa-se a notar em pequenas coisas que podiam ser melhores. Alguns upgrades tornam o jogo demasiado fácil por exemplo e apesar de não ser essencial, senti falta de um sistema de progresso permanente.

Mas apesar deste ponto, Impaler está recheado sistemas. Nem todos funcionam da melhor forma no entanto. Existe um sistema que abranda o tempo quando aparecem muitos inimigos de uma vez, mas isto quebra o ritmo. Outro sistema que até dá ao jogo mais complexidade é o sistema de sobreaquecimento das armas. Durante o jogo temos que ter atenção à temperatura da arma, com a velocidade a que isso acontece a depender da arma que usamos. Este sistema pode dar alguma complexidade ao jogo, mas também não é um sistema muito divertido. Os combates contra os bosses também não são o culminar épico que deveriam ser, ficando aquém quando comparados com combates com os inimigos normais.

Visualmente o jogo é impressionante, especialmente para quem gosta destes visuais pixel dos anos 90. Tecnicamente é também perfeito, correndo num motor próprio escrito pela própria equipa. A banda sonora é outro aspeto fenomenal, recheada de elementos synth e metal.

Impaler é um jogo que irá agradar aos jogadores que jogaram jogos como DOOM ou Duke Nukem 3D na altura certa. Não faz nada de extraordinário e original, mas aquilo que faz, faz bem. Acaba por falhar ao não elaborar mais os sistemas que possui, ficando-se pela boa experiência leve que apresenta.

Imp

Share this post

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ComboCaster