Desenvolvido pela VestGames, Eville é uma evolução do género que essencialmente começou com Among Us. Depois desse verdadeiro fenómeno, muitos estúdios pegaram nas ideias do jogo e criaram experiências mais elaboradas e complexas, com mais elementos e sobretudo visuais mais arrojados. O género acabou por ficar conhecido como dedução social e o objetivo é mais ou menos semelhante em todos eles, encontrar o jogador dentro de um grupo que está a trabalhar contra o grupo, o impostor no caso de Among Us. Eville segue as mesmas bases, mas o jogo em si é mais complexo, com mais elementos e isso trás consigo vantagens e desvantagens.
Eville tem como palco uma vila medieval onde conspiradores tentam assassinar aldeões inocentes. Cada jogador tem um papel atribuído no início do jogo é não sabemos qual não é exatamente o que parece. A forma de jogar é essencialmente igual aquilo que nos habituámos em Among Us. Temos de suspeitar de todos, ver o que vão fazendo e tentar deduzir qual deles não está propriamente a ajudar o grupo. Existem muitos papeis diferentes no jogo, desde simples aldeão a guarda ou ladrão, entre muitos outros.
Mas Eville vai ainda mais longe para se distinguir de Among Us e isso vem sempre com mais complexidade. O jogo tem quests, lojas e um sistema de crafting. Uma partida tem um ciclo de noite e dia, com o dia a ser ocupado pelos jogadores a tentarem completar quests e a noite é onde os conspiradores tentam entrar nas casas para os assassinar. As quests possibilitam ganhar dinheiro para comprar itens como poções ou chaves para se protegerem de noite. Os conspiradores também ganham dinheiro e podem usá-lo para comprar mais formas de matar os restantes jogadores.
Cada classe tem uma forma diferente de jogar e se os jogadores jogarem em conjunto vão encontrar formas de criar sinergias entre as classes. Por muito divertido que seja, não há nada mais divertido do que ser um dos conspiradores. Eles também têm classes, mas o destaque tem de ir para o bárbaro. O bárbaro pode matar durante o dia e durante a noite e é sem dúvida a classe mais divertida de jogar. Quando jogámos como um dos inocentes, as quests são simples. Essencialmente temos que seguir setas para recolher itens ou materiais. São quests curtas e fáceis que nos dão tempo para fazer tudo o resto, principalmente aprender o layout do mapa.
O sistema de crafting também é muito simples, dando tanto para criar venenos como antídotos, portanto não vão ter que aprender coisas diferentes dependendo do vosso papel. Temos que ganhar dinheiro todos os dias, isto se quisermos ficar a salvo. Podemos comprar uma chave para trancar o quarto, mas isso só nos salva uma das noite, portante convém fazer muitas quests e comprar uma série de chaves. Tal como Among Us convém sermos os conspiradores de forma regular para que o jogo seja divertido. Não que o jogo não seja divertido a jogar com um dos inocentes, mas há claramente mais possibilidades do outro lado.
Visualmente Eville é um jogo bonito que captura o tema de conto de fadas. Os visuais são cartoon e a arte está bem conseguida. Não é um jogo que impressione, mas é bonito. Tecnicamente também é bastante estável e deverá correr na maioria das máquinas dos jogadores. As animações por outro lado não são muito suaves e o resultado é um jogo que tem bom aspeto quando tudo está parado, mas quando começamos a ver tudo a mexer ficamos menos impressionados. Continuando no tema da apresentação, temos que falar do audio. A banda sonora assenta bem no tema, mesmo que genérico e as vozes são competentes. Novamente, não impressiona mas não há nada de grave a assinalar.
Eville é uma boa adição ao género, no entanto a monetização pode irritar alguns jogadores. O jogo é pago, mas grande parte dos itens podem ser adquiridos através de um sistema de battle pass. SInceramente, para um jogo pago não acho a melhor solução e o jogo teria bem mais a ganhar em ser simplesmente gratuito e basear-se a apenas no battle pass. Mas é o tempo em que estamos e não podemos criticar um estúdio pequeno por o fazer quando os outros maiores também o fazem.