Análise: Stray Gods: The Roleplaying Musical

Stray Gods: The Roleplaying Musical não deixa transparecer exatamente aquilo que é pelas imagens que podemos ver do jogo. O nome em si dá-nos algumas dicas. É um jogo que é indicado para todos os apaixonados por músicas, sejam eles no teatro como o Fantasma da Ópera ou no cinema como La la land. É um jogo que a Summerfall Studios conseguiu integrar elementos variadas mas todos ligados ao tema de forma eficaz, resultando num espetáculo digno de aplausos. O enredo de Stray Gods: The Roleplaying Musical coloca o jogador no papel de Grace, uma mulher acusada de assassinar uma Musa, uma entidade mágica da Grécia Antiga. Nesse mundo, essas figuras míticas são chamadas de Ídolos, sendo reencarnações de deuses gregos que transferem as suas habilidades para humanos, conferindo imortalidade e poderes sobrenaturais.

Como Grace estava presente na morte da Musa, ela adquire o dom da música e pode compelir as pessoas a cantarem os seus sentimentos em números musicais interativos e grandiosos. A abordagem inovadora é a de que existe uma explicação dentro do universo do jogo para esse poder, e embora simples, a construção desse mundo é notavelmente inovadora. A parte mais impressionante de Stray Gods são as suas músicas. À medida que cada personagem canta, o jogador recebe uma lista de opções para responder durante a música. O jogo permite um tempo limitado para tomar a decisão e essa escolha é sincronizada com a música, o que exige decisões rápidas baseadas no instinto.

Inicialmente, tudo isto pode ser complicado e frustrante, mas com o tempo, o jogador acaba por apreciar essa abordagem, permitindo que a interpretação do papel de Grace seja mais autêntica. A opção de desativar o cronômetro é possível, mas é recomendável manter a opção ligada para uma experiência mais envolvente. As escolhas feitas pelo jogador afetam o desdobramento das músicas e influenciam o desenvolvimento da história do jogo. Conforme o enredo se desenrola, personagens diferentes podem aparecer ou até mesmo viver ou morrer, dependendo das decisões tomadas. O jogador pode optar por diferentes traços de personalidade para Grace, como Encantador, Destemido ou Esperto, o que desbloqueia opções de diálogo únicas. Embora os caminhos possam levar às mesmas músicas, as variações nas escolhas oferecem alguma frescura a cada jogada.

O elenco de voz desempenha um papel crucial. O jogo apresenta um elenco experiente, com destaques para atores como Troy Baker como Apolo. A líder do elenco, Laura Bailey, interpreta Grace, mostrando habilidades sólidas como atriz, embora algumas vezes as suas habilidades vocais possam não corresponder perfeitamente às músicas mais rápidas. Essa discrepância é notável em momentos específicos, como em confrontos. O jogo sofre com algumas falhas recorrentes, incluindo atrasos no início das falas e variações de volume nas vozes das personagens. Também são notadas ocorrências de personagens que desaparecem durante diálogos. Essas falhas afetam a experiência, mas não a destroem por completo e espera-se que esses problemas sejam corrigidos no futuro, já que nenhum dos problemas parece impossível de resovler num patch.

Apesar dos problemas técnicos, Stray Gods é uma experiência notável. Com atuações excepcionais, uma abordagem única à mitologia grega e mecânicas inovadoras. Embora haja espaço para melhorias, o jogo merece elogios, cativando os fãs de musicais e jogos com sua originalidade e qualidade geral.

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