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Análise: Iron Danger

Iron Danger emerge como o ambicioso projeto inaugural de um estúdio pequeno, ansioso por deixar sua marca no cenário dos jogos. Com uma abordagem que procura singularidade no gênero RPG tático e de combate, o jogo desafia as convenções e tenta trilhar um caminho distinto. Nas profundezas do cenário escandinavo, Iron Danger apresenta a história de Kipuna, uma jovem de uma vila comum que se vê subitamente imersa em turbulência quando invasores do norte assolam sua terra. No entanto, sua aparente morte durante o ataque revela-se mais complexa do que aparenta. A intervenção divina de um deus esquecido concede-lhe a capacidade única de manipular o tempo e o espaço. Kipuna, então, se vê diante de um destino grandioso, envolvida em um conflito de proporções monumentais que poderá moldar o curso da civilização.

Dentre dos dons que Kipuna adquire, destaca-se a habilidade de lançar projéteis flamejantes contra seus inimigos, bem como a habilidade de retroceder o tempo em breves intervalos. Essa manipulação dinâmica do tempo constitui o cerne da jogabilidade de Iron Danger. O jogo se desenrola na clássica perspectiva isométrica, com Kipuna e um aliado enfrentando adversários nortistas em batalhas táticas repletas de nuances. Diferindo das fórmulas convencionais de RPG, Iron Danger evita o tradicional ganho de experiência e aprimoramento de níveis para seus personagens. Desprovido de sistemas de gerenciamento de equipamentos, acumulação de dinheiro ou mesmo missões, o jogo abraça mais a essência de um puzzle estratégico, misturando elementos de ação em tempo real com pausas estratégicas para delinear meticulosamente os confrontos que o jogador enfrentará.

Além das mecânicas de combate, o ambiente em Iron Danger assume um papel crucial. A habilidade de Kipuna em controlar o fogo encontra eco na interatividade ambiental, permitindo a queima de elementos como madeira, vegetação e latas de combustível. Essa característica não apenas exige escolhas táticas contra os inimigos, mas também demanda um posicionamento estratégico dos personagens para maximizar o aproveitamento do cenário. Em contraste com a complexidade das mecânicas de combate, a estrutura do jogo é mais linear. O jogador é incumbido de coletar fragmentos que aprimoram as habilidades de Kipuna. Cada capítulo revela-se como um mosaico que incorpora zonas de combate, desafios de puzzle em templos e segmentos de batalha ao sair do templo em direção ao barco. Posteriormente, o jogador é brindado com oportunidades para aprimorar as habilidades das personagens.

Iron Danger enfrenta desafios de design. Num cenário avançado, controlando exclusivamente Kipuna, o jogador enfrenta uma missão delicada de resgate. Embora dotada de habilidades, Kipuna deve enfrentar o combate sozinha, uma escolha arriscada. A narrativa sugere a possibilidade de se esconder, porém uma série inevitável de confrontos desencadeia inimigos, criando um dilema desafiador.

Em resumo, Iron Danger destaca-se pela ousadia de sua mecânica de manipulação temporal em combates. Entretanto, a narrativa e os elementos de design podem deixar a desejar. Com uma duração de aproximadamente 12 horas, o jogo oferece uma perspectiva singular dentro do gênero tático, embora possa não conseguir deixar uma marca duradoura na memória dos jogadores.