Análise: Real Estate Simulator

Desenvolvido pela GeekOn e publicado pela Midnight Games, Real Estate Simulator é descrito como uma emocionante jornada para construir um império imobiliário. A premissa é simples, compra e venda de propriedades em três regiões diferentes, decorando-as com móveis, papel de parede e pisos antes de colocá-las à venda no escritório principal. Disponível na Steam, este título tenta capitalizar a popularidade de jogos como House Flipper, mas o resultado é diferente. À primeira vista, Real Estate Simulator parece promissor. A ideia de gerir um portfólio imobiliário, melhorar propriedades e vender para lucro é sempre atraente para os fãs de simuladores de construção e gestão. No entanto, as primeiras impressões nem sempre são tudo, e a profundidade de um jogo muitas vezes revela-se apenas após algumas horas de jogo.

A jogabilidade de Real Estate Simulator centra-se na compra e venda de propriedades. O jogador começa com um escritório de nível 1 e algum dinheiro inicial, permitindo a compra de propriedades na região inicial, conhecida como favelas. Aqui, o jogador depara-se com um cenário desolador de tendas, contentores de transporte e autocarros escolares abandonados. As propriedades podem ser compradas por valores tão baixos quanto 600 dólares, de figuras que parecem ser sem-abrigo. Depois de comprar uma propriedade, o jogador pode melhorar a classificação da estrela adicionando itens básicos, como um saco de dormir, comprado no computador do escritório. Este processo de melhoria é bastante superficial, não exigindo grande criatividade ou esforço do jogador. Uma vez melhoradas, as propriedades podem ser colocadas à venda no escritório, onde surgem os primeiros sinais das limitações do jogo.

A primeira grande limitação de Real Estate Simulator é a repetitividade. Mover-se pelo mundo do jogo é monótono, com personagens não jogáveis que caminham em ciclos repetitivos e sem vida, tornando o ambiente pouco envolvente. Além disso, as áreas exploráveis são severamente limitadas por barreiras, confinando o jogador a um espaço pequeno e restritivo. Outro ponto crítico é a disparidade entre a aparência das propriedades no jogo e as imagens geradas por IA na página de vendas. As descrições das propriedades são absurdas e muitas vezes não correspondem à realidade dos ativos do jogo. À medida que o jogador compra e vende propriedades suficientes, ele pode subir de nível e desbloquear novas regiões, como os subúrbios. Aqui, os preços das propriedades aumentam significativamente, variando de 40.000 a mais de 1 milhão de dólares. No entanto, a variedade de propriedades é limitada, com muitas sendo apenas cópias básicas umas das outras.

A falta de profundidade torna-se ainda mais evidente quando se trata da decoração das propriedades. O jogador pode simplesmente lançar móveis pelo espaço, sem necessidade de planeamento ou consideração estética. O processo de decorar é tão superficial quanto o de melhorar as propriedades nas favelas, com o único objetivo de aumentar a classificação de estrelas, sem adicionar valor real ao jogo. O sistema de escritório também não oferece muita variação. Começando num escritório de nível 1, o jogador pode vender casas das favelas e alguns dos subúrbios. Ao ganhar dinheiro suficiente, escritórios de nível 2 e 3 podem ser comprados, aumentando o potencial de vendas para regiões mais avançadas. No entanto, a funcionalidade dos escritórios permanece a mesma, apenas com uma aparência diferente. Durante um dia de trabalho, clientes entrarão no escritório e indicarão o que estão procurando em termos de preço, localização ou classificação. O jogador pode oferecer até duas propriedades para tentar vender. Se o cliente estiver interessado, o jogador é teleportado para o local para negociar o preço. Este sistema, embora pareça interessante, rapidamente se torna repetitivo e sem desafio real.

Os controles de Real Estate Simulator são básicos, com suporte para teclado e rato. Infelizmente, são pouco intuitivos e tornam a experiência de jogo ainda mais cansativa. Não há opções para alterar as teclas e os tutoriais são breves, deixando o jogador sem suporte adequado. Em termos de dificuldade, o jogo praticamente não apresenta desafios. A única dificuldade é a monotonia de continuar a jogar. Visualmente, Real Estate Simulator é tão desinteressante quanto a sua jogabilidade. Os ativos parecem genéricos e comprados de uma loja de recursos, sem personalidade própria. As áreas exploráveis são limitadas e muitas vezes, os exteriores não correspondem aos interiores. O uso de arte gerada por IA e música livre de direitos autorais contribui para uma apresentação sem brilho e sem inspiração. Real Estate Simulator tenta ser um simulador de renovação de casas, mas falha em quase todos os aspetos. Desde a jogabilidade repetitiva até aos controles básicos e apresentação genérica, há pouco a recomendar. A ideia de gerir um império imobiliário é atraente, mas a execução é lamentavelmente inadequada.

Para quem procura um jogo envolvente e desafiante, Real Estate Simulator não é a resposta. Existem opções muito melhores no mercado que oferecem uma experiência mais rica e satisfatória. No final, Real Estate Simulator parece mais um clone mal feito, sem o charme ou a profundidade dos jogos que tenta imitar.

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