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Análise: My Museum: Treasure Hunter

Introdução

My Museum: Treasure Hunter é um jogo de simulação em primeira pessoa que coloca o jogador no papel de um curador de museu. A premissa do jogo é simples: o jogador participa em expedições para encontrar artefactos, limpa-os e exibe-os no seu museu, com o objetivo de atrair visitantes e obter lucro. Com elementos de exploração, puzzles e uma gestão básica, este título oferece uma experiência diferente no mundo dos simuladores. Contudo, embora a ideia seja promissora, o jogo apresenta alguns problemas que afetam a sua execução.

Jogabilidade

A jogabilidade de My Museum: Treasure Hunter centra-se em dois aspetos principais: as expedições e a gestão do museu. Durante as expedições, o jogador explora diferentes locais em busca de artefactos para trazer de volta ao museu. Estas expedições são variadas e incluem a exploração de cavernas, bunkers e até túmulos antigos, onde o jogador deve resolver puzzles para encontrar tesouros escondidos. No entanto, apesar de a variedade de locais oferecer um desafio interessante, a dificuldade dos puzzles varia bastante e, por vezes, o jogo dá demasiada ajuda ao jogador, o que pode reduzir o desafio.

Depois de regressar ao museu, o jogador tem de limpar e preparar os artefactos para exposição. Este processo envolve uma série de mini-jogos que simulam a remoção de ferrugem e o polimento dos objetos encontrados. No entanto, a mecânica destes mini-jogos pode tornar-se repetitiva rapidamente, e a opção de pagar para terminar automaticamente a limpeza acaba por ser preferida, uma vez que os controlos são algo frustrantes. Além disso, o jogador pode decidir restaurar ou exibir os artefactos tal como foram encontrados, mas o impacto desta escolha no valor das peças não é devidamente explicado.

Mundo e história

O mundo de My Museum: Treasure Hunter é interessante do ponto de vista temático, com cada expedição a decorrer num local exótico e misterioso. Os cenários, como cavernas escondidas e túmulos egípcios, são cheios de detalhes que evocam uma atmosfera de exploração e descoberta. Apesar disso, a narrativa do jogo é praticamente inexistente. Não há uma história central que motive as ações do jogador, sendo a principal motivação o simples ato de expandir o museu e aumentar a coleção de artefactos.

O facto de o jogador ter um cão como parceiro durante as expedições é uma adição divertida, mas a sua utilidade é limitada, e a IA do cão apresenta alguns problemas, como ficar preso em obstáculos. Além disso, o jogador é frequentemente deixado a lutar contra os controlos para resolver puzzles e gerir o museu, o que pode quebrar a imersão. No geral, o mundo oferece bons momentos de exploração, mas falta-lhe profundidade narrativa para tornar a experiência verdadeiramente envolvente.

Grafismo

Os gráficos de My Museum: Treasure Hunter não impressionam, mas cumprem o seu propósito. O design dos cenários das expedições é funcional e consegue criar uma atmosfera envolvente, especialmente em locais como túmulos antigos ou bunkers. No entanto, o jogo não oferece grandes surpresas em termos visuais. A maior parte dos modelos de artefactos e das áreas do museu são básicos e repetitivos, e a falta de detalhes em alguns elementos tira um pouco da imersão que o jogo tenta criar.

Além disso, os problemas de controlo e perspetiva tornam-se ainda mais evidentes devido à transição constante entre a vista em primeira pessoa e a manipulação de objetos no museu. Esta troca de perspetivas é muitas vezes desconfortável e prejudica a fluidez da jogabilidade, especialmente quando o jogador tenta posicionar artefactos nas suas exposições. Outro problema notável é o bug que limita as opções de compra na loja do museu, onde os mesmos itens aparecem repetidamente, o que impede o jogador de diversificar as exposições.

Som

O som em My Museum: Treasure Hunter é funcional, mas pouco memorável. A trilha sonora é discreta e, embora ajude a criar uma certa atmosfera durante as expedições, não é algo que se destaque. Os efeitos sonoros também seguem esta linha, cumprindo o seu papel sem grandes problemas, mas sem proporcionar uma experiência imersiva. Durante as expedições, o som ambiente contribui para criar tensão e, em alguns casos, há pequenos sustos que resultam de forma eficaz, mas estes momentos são raros.

Por outro lado, a falta de variedade nos sons do museu torna a experiência mais monótona. Passar demasiado tempo a ouvir os mesmos sons repetitivos durante a gestão dos artefactos ou a interação com os clientes pode cansar rapidamente. A inclusão de vozes ou um sistema de feedback mais elaborado dos visitantes teria ajudado a criar uma maior sensação de dinâmica no jogo.

Conclusão

My Museum: Treasure Hunter tem uma premissa interessante e oferece uma abordagem única ao género de simulação. No entanto, os seus problemas técnicos, como os controlos pouco responsivos, os bugs frequentes e a falta de profundidade tanto na jogabilidade como na narrativa, fazem com que o jogo não atinja todo o seu potencial. A mecânica de gestão do museu, que deveria ser o ponto alto do jogo, acaba por ser prejudicada por controlos frustrantes e uma interface pouco intuitiva. Apesar de as expedições oferecerem momentos de diversão e desafio, o resto do jogo não consegue manter o mesmo nível de interesse.

Ainda assim, para os fãs de jogos de simulação que procuram algo diferente e que estão dispostos a lidar com alguns problemas técnicos, My Museum: Treasure Hunter pode proporcionar algumas horas de entretenimento. O jogo tem potencial para crescer e melhorar com atualizações, especialmente se os desenvolvedores conseguirem resolver os bugs e otimizar a experiência de gestão. Para já, é um título que brilha mais na sua ideia do que na execução.