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Antevisão: First Dwarf

First Dwarf é um jogo da Star Drifters que procura combinar elementos de RPG de ação com sobrevivência em colónia, construção de base e defesa. No papel, trata-se de um conceito ambicioso que coloca os jogadores no papel de Rue, o Primeiro Anão, um engenheiro explorador que, acompanhado do seu mecha e do seu companheiro dragão Ragna, parte numa missão para encontrar locais habitáveis e estabelecer assentamentos. O jogo oferece um mundo de ilhas flutuantes vibrantes e deslumbrantes que Rue deve explorar enquanto recolhe recursos para ajudar a instalar guildas que o apoiarão nas suas aventuras. Desde o início, First Dwarf apresenta-se como um título com muito potencial, prometendo uma mistura envolvente de exploração, construção e combate, embora, na prática, existam vários aspetos que podem ser aprimorados, especialmente considerando o seu estado de acesso antecipado.

A construção de bases é uma das mecânicas principais de First Dwarf. Rue pode construir poços de mana, habitações, serrarias e minas, entre outras estruturas, que ajudam a criar um assentamento funcional. No entanto, não basta apenas construir; a defesa também é crucial, pois os jogadores terão de proteger os seus assentamentos de inimigos que frequentemente tentam destruir o que foi erguido. Este ciclo de construção e defesa é bastante simples e eficaz, embora a função de construção em si seja relativamente básica. A navegação pelos menus e a rotação das construções são intuitivas, o que torna a experiência acessível e direta. No entanto, o jogo ainda apresenta alguns bugs e falhas, nomeadamente na colocação de construções e na gestão dos recursos, aspetos que, presumivelmente, serão corrigidos antes do lançamento final.

Outro aspeto relevante de First Dwarf é a exploração. Rue não está limitado ao seu mecha, pelo contrário, em muitos casos, será necessário sair dele para explorar certas áreas ou realizar reparações. Além disso, Ragna, o dragão companheiro de Rue, também desempenha um papel importante, sendo possível alternar entre as duas personagens, permitindo diferentes abordagens à exploração. Este sistema oferece uma variedade interessante de possibilidades, pois algumas áreas só podem ser alcançadas por Rue ou por Ragna. Contudo, a implementação dessa mecânica podia ser mais polida. Embora seja divertido voar com Ragna pelos céus, o dragão podia ser mais dinâmico e a jogabilidade mais fluida. A alternância de personagens é uma ideia promissora, mas a falta de quebra-cabeças ou desafios que explorem completamente esta funcionalidade acaba por ser uma oportunidade desperdiçada. O combate em First Dwarf é funcional, mas também básico. Embora existam vários tipos de inimigos, desde criaturas mais comuns até seres corrompidos que podem ser curados com os materiais certos, a maior parte das batalhas acaba por se resumir a um sistema de combos simples e repetitivo. Não há muita profundidade nas mecânicas de combate, o que pode tornar esta parte da jogabilidade monótona a longo prazo. Os jogadores encontrarão frequentemente inimigos em cavernas ou grandes árvores, mas a IA destes adversários é fraca e, muitas vezes, os inimigos acumulam-se em grande número devido à má disposição dos geradores. Assim, em vez de ser uma ameaça real, os inimigos são mais um incómodo que pode causar algum dano significativo aos assentamentos, caso os jogadores não estejam devidamente preparados.

A variedade de atividades disponíveis em First Dwarf é um dos pontos fortes do jogo, embora também possa ser uma das suas fraquezas, dada a execução incompleta de algumas delas. Para além da construção e defesa, os jogadores têm de gerir recursos e explorar o mundo à sua volta. No entanto, há uma sensação de vazio em várias áreas do jogo. Embora o mundo seja visualmente rico e apelativo, falta-lhe vida. As ilhas flutuantes, embora belas, parecem desertas e carecem de pontos de interesse. Isto, aliado à ausência de um sistema de viagem rápida, pode tornar a navegação pelas ilhas frustrante, já que os jogadores acabam por passar muito tempo a deslocar-se de um ponto para outro sem muito para ver ou fazer pelo caminho. Ainda assim, o jogo tenta mitigar isso com a introdução de pontos de passagem adjacentes, mas a falta de um sistema completo de viagem rápida é uma omissão sentida.

Além da jogabilidade, outro ponto que merece destaque é a parte técnica do jogo. Sendo um título em acesso antecipado, First Dwarf ainda tem algumas falhas técnicas a corrigir. Durante as sessões de jogo, é possível encontrar bugs nos menus de criação de itens, nos objetivos de missões, e até em diálogos temporários que, por vezes, parecem fora de lugar. Estes problemas, embora irritantes, são comuns em jogos nesta fase de desenvolvimento e devem ser resolvidos antes do lançamento final. Contudo, estes detalhes técnicos, juntamente com alguns problemas de ritmo no desenrolar da história, podem afastar jogadores que esperavam uma experiência mais coesa desde o início. First Dwarf é um jogo que, apesar das suas falhas, mostra imenso potencial. A combinação de RPG de ação com mecânicas de sobrevivência e construção de base é interessante e tem o seu charme. O mundo criado pela Star Drifters é visualmente apelativo e oferece uma premissa intrigante, mas a execução atual ainda está longe de ser perfeita. Há um caminho promissor para o jogo, mas para isso é essencial que os desenvolvedores corrijam os bugs existentes, melhorem a IA, refinem o combate e adicionem mais conteúdo significativo ao mundo de jogo. First Dwarf está ainda numa fase embrionária, e a questão que se coloca é se a Star Drifters conseguirá cumprir as suas ambições com o tempo. Com as devidas melhorias, o jogo tem o potencial de se destacar num género saturado, mas para já, resta esperar e ver como evolui o seu desenvolvimento.