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Análise: Ship Graveyard Simulator 2

Introdução
Ship Graveyard Simulator 2 é a sequela de um jogo que, apesar de divertido a curto prazo, apresentou várias falhas e limitações que acabaram por afastar jogadores à procura de uma experiência mais polida e duradoura. O primeiro jogo, lançado pela Games Incubator, trouxe-nos a experiência de desmantelar navios antigos e vender a sucata resultante, mas após algumas horas de jogo, o ritmo lento e as limitações das mecânicas fizeram com que muitos jogadores perdessem o interesse. Agora, a Games Incubator traz-nos a segunda entrada da série, prometendo algumas melhorias e novidades. A questão que fica é: será que conseguiram melhorar os aspetos criticados do primeiro título ou caíram na armadilha de introduzir mudanças que apenas complicam a fórmula original?

Jogabilidade
A grande novidade de Ship Graveyard Simulator 2 é a possibilidade de desmantelar navios inteiros. No primeiro jogo, essa era uma funcionalidade ausente, o que limitava bastante a sensação de realização, mas agora os jogadores podem finalmente desmantelar um navio andar por andar, ou simplesmente desmantelar a base e deixar tudo desabar. Esta mecânica adiciona uma camada interessante à jogabilidade, oferecendo uma experiência mais completa e gratificante. No entanto, o jogo introduz também várias mudanças que nem sempre resultam da melhor maneira. Um exemplo é a omissão da árvore de habilidades, substituída agora por um sistema onde o jogador tem de gastar dinheiro para melhorar as ferramentas. Embora isso adicione um novo objetivo ao jogo, a forma como é implementado acaba por ser frustrante, pois exige que o jogador compre planos e, posteriormente, invista ainda mais recursos para concretizar as melhorias.

O arsenal de ferramentas também foi alterado. O martelo continua a ser a principal ferramenta, mas em vez de ser usado para amassar metal, é agora utilizado para remover parafusos, o que, embora faça pouco sentido, é uma decisão que parece ter sido tomada para manter a jogabilidade simples. A serra elétrica e o maçarico também têm papéis importantes, mas o maçarico, que era crucial no primeiro jogo, parece ter uma presença menos significativa desta vez. Outra adição curiosa é a inclusão de um gancho de escalada em forma de kunai, que permite ao jogador alcançar áreas inacessíveis após remover escadas ou outras partes do navio.

Mundo e história
Em termos de história, Ship Graveyard Simulator 2, tal como o primeiro, não oferece uma narrativa profunda ou envolvente. O foco do jogo está inteiramente na jogabilidade e na experiência de desmantelar navios e vender sucata. O objetivo principal é simples: ganhar dinheiro, mas o jogo introduz algumas missões secundárias sob a forma de contratos. Cada navio tem três contratos que requerem itens específicos, e ao completá-los, o jogador recebe uma boa recompensa monetária. Embora estes contratos tragam alguma variedade à jogabilidade, eles não conseguem transformar o jogo numa experiência narrativa mais rica. A falta de uma barra de progresso clara para acompanhar o desmantelamento dos navios, que estava presente no primeiro jogo, também é uma omissão notável que pode frustrar alguns jogadores.

O mundo do jogo é essencialmente o estaleiro onde os navios são desmantelados. Não existe uma exploração significativa fora deste espaço, e os jogadores não têm grandes oportunidades para interagir com o ambiente fora das tarefas diretas de desmantelamento. Ship Graveyard Simulator 2 mantém-se fiel à premissa do seu antecessor, oferecendo um mundo focado e restrito, onde a progressão depende unicamente da eficiência com que o jogador desmantela os navios e gere os recursos.

Grafismo
Visualmente, Ship Graveyard Simulator 2 não impressiona, mas também não desilude. O jogo mantém um nível gráfico decente, com texturas razoavelmente detalhadas nos navios e nos elementos metálicos que os compõem. No entanto, o ambiente envolvente e o próprio estaleiro continuam a ser bastante simplistas, com poucos detalhes ou variações. O design dos navios em si é interessante e, ao longo do tempo, o jogador começa a apreciar o cuidado colocado na recriação dos diferentes tipos de embarcações.

Os efeitos visuais durante o desmantelamento dos navios são satisfatórios, especialmente quando o jogador vê uma parte do navio desabar após remover a base. No entanto, alguns efeitos, como o uso de explosivos ou o impacto de ferramentas, podiam ser mais refinados. No geral, o grafismo cumpre a sua função sem grandes falhas, mas também sem grandes momentos de destaque que o tornem memorável.

Som
Em termos de som, Ship Graveyard Simulator 2 é bastante funcional, mas não oferece uma experiência sonora que eleve a jogabilidade. O som das ferramentas, como o martelo, serra e maçarico, é convincente o suficiente para manter a imersão durante as longas sessões de desmantelamento, mas após algum tempo, torna-se repetitivo. A banda sonora é discreta e quase passa despercebida, o que pode ser visto como algo positivo, já que o foco do jogo está na natureza relaxante e mecânica do desmantelamento dos navios.

Os efeitos sonoros mais subtis, como o som de metais a colapsar ou de parafusos a serem removidos, ajudam a manter uma sensação de imersão no processo de destruição. No entanto, não há uma grande diversidade de sons, e isso pode contribuir para a sensação de repetição, especialmente durante os momentos mais prolongados do jogo, onde o jogador se vê a realizar as mesmas ações repetidamente.

Conclusão
Ship Graveyard Simulator 2 é uma sequela que oferece uma experiência de desmantelamento de navios mais completa do que o seu antecessor, mas que também se complica desnecessariamente com a introdução de novas mecânicas que nem sempre acrescentam valor. A capacidade de desmantelar navios inteiros é um ponto alto, e há algo de satisfatório em começar com uma embarcação massiva e deixá-la em pedaços no final. No entanto, as mudanças no sistema de progressão, o mini-jogo de triagem de materiais e a remoção de algumas funcionalidades, como a barra de progresso dos navios, fazem com que o jogo se torne mais confuso e frustrante do que precisava de ser.

Para quem procura uma experiência relaxante e zen, Ship Graveyard Simulator 2 pode oferecer momentos agradáveis, especialmente nas primeiras horas de jogo. No entanto, à medida que o jogador avança e começa a lidar com navios maiores e mais complexos, o jogo pode rapidamente transformar-se num trabalho maçador, com demasiadas mecânicas que não são bem executadas. Em última análise, o jogo é uma melhoria parcial em relação ao primeiro, mas continua a sofrer de problemas de design que o impedem de se destacar como um grande jogo de simulação.