Cada vez mais se torna difícil encontrar um jogo verdadeiramente original e um dos problemas que afeta muitos dos jogos lançados atualmente, é o facto de não fazerem nada realmente diferente daquilo que outros fizeram antes. Isto nota-se principalmente nos géneros mais populares como os FPSs, mas também naqueles géneros que apesar de não serem tão populares, têm mecânicas relativamente simples e portanto pouco por onde explorar. Nestes últimos encontra-se o género Tower Defense, que apesar de não ser propriamente o género mais popular, encontra-se bastante saturado.
Uma das primeiras tentativas para trazer alguma variedade ao género foi feita nos jogos Sanctum, dos quais iremos analisar o segundo nos próximos tempos ou Orcs Must Die por exemplo. Sanctum é sem duvida um Tower Defense mas misturou aspectos de FPS para se distanciar da concorrência. Prime World: Defenders procurou outro caminho, indo buscar elementos dos jogos de cartas colecionáveis, assim como alguns elementos de RPG.
Defenders é baseado no universo de Prime World, uma espécie de MoBA ainda em beta. A história é a de um mundo pós apocalíptico em que existe uma nova fonte de energia, Prime, que tem algumas propriedades mágicas. Como é um recurso limitado existe tensão entre os grupos de sobreviventes, o que acaba numa guerra. Neste aspecto Prime World não é realmente muito original. Todo este tipo de conflito já foi visto vezes sem conta em outro jogos.
O primeiro impacto de Defenders é bastante semelhante ao de um outro qualquer Tower Defense. Existe um percurso realçado que automaticamente reconhecemos como o percurso que o inimigo irá percorrer e quadrados onde podemos colocar as nossas torres. Até aqui Defenders é bastante tradicional em tudo. Para evitar que os jogadores simplesmente usem o mesmo tipo de torre, sempre que colocarem três torres iguais o seu preço aumenta. Fora esse pequeno pormenor não há nada de diferente. Vão enfrentar hordas de diferentes inimigos e melhorar torres como em qualquer outro Tower Defense.
A originalidade de Prime World: Defenders vem depois de cada nível acabar. Ao contrário dos outros jogos do género, aqui não vão ser recompensados com uma nova torre no final de cada nível, mas assim com dinheiro para comprar cartas ou com cartas aleatórias. Isto trás consigo um factor por um lado aleatório mas também de escolha. As cartas compradas ou ganhas são adicionadas ao nosso deck e é a mistura desse elemento com o de um tradicional Tower Defense que funciona tão bem. O sistema de cartas permite além de comprar também vender, o que é óptimo pois o importante é criar um deck que se adapte à forma de jogar de cada um.
Além de cartas podem também melhorar várias estatísticas como o numero de cartas que podem levar para jogo ou a quantidade de Prime que ganham ao longo do tempo. Além disso podem também melhorar cartas, unindo duas cartas iguais. Cada uma das cartas tem um nível máximo e melhora-las aumenta o dano dado por exemplo.
Este sistema no entanto tem um problema. Como precisam de dinheiro para melhorem o vosso deck, em vez de um sistema linear como em outros jogos do género, existe muito mais grind. Isso é até reconhecido pelo jogo, uma vez que ao lado das missões principais existem outras aleatórias, com vários níveis de dificuldade que nos ajudam a ganhar dinheiro e adquirir novas cartas. Infelizmente estes níveis não são tão aleatórios como podiam ser, sendo apenas versões um pouco modificadas de níveis que já jogaram antes.
Prime World: Defenders é sem duvida diferente de outros jogos do género. A mistura com os jogos de cartas colecionáveis funciona bastante bem maior parte do tempo. Apenas digo maior parte do tempo porque este sistema obriga a bastante grind, algo que é completamente inexistente nos Tower Defense. No entanto isso não prejudica realmente muito o jogo, que continua a ser bastante divertido. Não há realmente nenhum jogo do género que ofereça uma recompensa tão grande pelo planeamento e colecionismo. Se querem um Tower Defense diferente do tradicional, Prime World: Defenders é uma optima escolha.