Análise Democracy 3

Enquanto a maior parte dos jogadores está ocupada a matar-se uns aos outros online ou em batalhas épicas num mundo fantástico, existe uma minoria que apenas quer ser um politico. Democracy 3 não é obviamente um jogo para todos. É um jogo para uma minoria que talvez não seja uma minoria assim tão pequena, até porque Democracy é a série da Positech de maior sucesso.

Democracia 3 permite a qualquer um ser o líder politico que quiser, desde um líder autoritário que faz Kim Jong Un parecer democrata até ao líder mais liberal que jamais viram em que tudo passa a ser legal. A simplicidade com que a informação nos é mostrada torna Democracy 3 bastante acessível, mesmo que tal não transpareça de inicio. Jogos com este tipo de profundidade estão normalmente assombrados por más interfaces e grelhas de informação intermináveis que tornam a experiencia de jogar mais parecida com um trabalho do que um jogo.

O jogo começa com o jogador a escolher uma das seis democracias ocidentais. Podem mexer com os limites e comprimentos de prazos. Mesmo os países multi- partidários têm apenas um único grupo de oposição. O jogo é mais sobre como gerir o país do que ser eleito, portanto é bom que se tenham cortado alguns pormenores para simplificar o jogo.

Os países começam com as políticas que melhor representam o que eles têm na realidade de hoje, mas a partir daí é com o jogador. Os círculos vermelhos e verdes representam “situações “, ou os efeitos das nossas políticas , sendo o objectivo mais simples ser eliminar círculos vermelhos e criar verdes. Todos os ícones são divididos em seis quadrantes que representam aspectos do governo e toda a informação possível e imaginária está presente. Os círculos azuis são estatísticas e permitem fazer ajustes a toda essa informação.

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Apesar de todo o esforço na interface ainda existe um grande tempo de habituação. É algo que já admito como inevitável. A quantidade de informação a apresentar é muita e por muito que se consiga cobrir num tutorial é quase impossível cobrir tudo. Isso tudo se complica quando pensamos que alguns dos elementos que podem ser ensinados no tutorial não vão ser logo utilizados o que leva ao esquecimento.

O jogador começa como o líder recém -eleito, seja ele o presidente ou primeiro-ministro pois cada país tem a sua hierarquia. O objetivo é usar a política para moldar o país como quiserem. Uma vez que não podemos simplesmente tomar o poder à força, temos que nos lembrar que o objectivo é continuar popular o suficiente para voltar a ser eleito. Não interessa muito como, mas o importante é ter resultados e para isso existem muitas soluções.

A maior parte do tempo será gasto mastigando números para fazer análises de custo-benefício. Nada do que fazemos irá agradar a todos, portanto temos que nos manter populares para um certo numero de habitantes que nos permita ganhar as eleições. Depois de algumas horas em Democracy 3 percebi melhor porque é que o governo parece nunca fazer nada que me beneficie. Não faço parte da maioria que lhe permite ser eleito.

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Infelizmente, não é apenas uma simples questão de dar às pessoas o que elas querem , cada eleitor no país odeia impostos, mas é impossível sobreviver sem eles. É preciso ouvir as pessoas obviamente, mas temos que ter sempre em atenção aquilo que nos irá custar implementar uma nova medida. Nunca podemos agradar a todos e os meios de comunicação vão sempre explorar as vozes contra nós.

Além de termos que contar com as consequências previsíveis como despesas quando se melhora a rede de saúde por exemplo, ou o descontentamento quando se sobem impostos, temos também que contar com eventos inesperados. Quando tudo parece estar a correr bem o nosso país pode ser alvo de uma catástrofe natural que arrasa todos os nossos esforços e aumenta a divida nacional para números impossíveis de lidar.

Para aqueles que sonham em construir a sociedade perfeita, podem contar com um nível de dificuldade tão grande quanto aquele que seria de esperar na realidade para atingir tal objectivo. Nem todos os habitantes percebem as nossas ideias quando estas são inovadoras e mesmo quando percebem há sempre um grupo que defende exatamente o contrário. Mesmo numa sociedade onde todos vivem bem há sempre insatisfeitos.

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Isto faz com que aquilo que mais temos que sacrificar sejam as nossas próprias crenças. A primeira coisa que cada um vai fazer certamente é tentar moldar a nação à imagem das nossas crenças, apenas para descobrir que isso nos vai tornar completamente impopulares. E mesmo ao tentar fazer isso vamos que ter que fazer alguns sacrifícios para que o país possa pagar as suas contas.

É comum perdemos completamente a linha que estávamos a tentar traçar. Quando tudo tem um efeito contrário ao esperado, os impostos possam rapidamente para valores que ninguém quer pagar e sabemos que já não há forma de dar a volta por cima.

Democracy 3 é um bom jogo sem duvida que irá ser apreciado por muitos jogadores, desde que tenham alguma paciência e gosto por números. A diversão que se tem aqui é diferente da que se tem em outros jogos. Tentar transformar um país como o Canada na próxima Coreia do Norte é algo que é divertido à sua maneira mas não é para todos.

8/10

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