Análise: Ancestors Legacy 

Ancestors Legacy não é um jogo que se tenha destacado muito quando foi lançado para o PC. Em defesa dos seus criadores, o género da estratégia em tempo real é muito concorrido no PC. Não é fácil um jogo destacar-se num mercado com gigantes e clássicos do género, no entanto na Switch a concorrência é praticamente nula e Ancertors Legacy tinha tudo para se tornar obrigatório, infelizmente o tempo entre os dois lançamentos não serviram para eliminar os problemas do PC.

Um bom RTS tem sempre três boas componentes, um bom combate, boa construção de bases e gestão de recursos. Ancestors Legacy não muda essa fórmula, infelizmente não é excelente em nenhuma. Por exemplo, a construção da base é automática o que irá logo irritar muitos jogadores. Felizmente o jogo não deixa o jogador sem nenhum papel, podendo o jogador escolher que edificio construir, mas não nos deixa escolher uma localização. Isto até pode funcionar bem na Switch, mas não vejo grande desvantagem em dar essa possibilidade ao jogador. A gestão de recursos também funciona de forma praticamente automática. O jogador não lança unidades para recolher madeira por exemplo, simplesmente a quantidade de recursos que ganhamos vai aumentando com o tempo à medida que capturamos aldeias. Novamente, isto pode ser uma boa ideia para simplificar o jogo para a Switch, mas o jogo perde demasiado com estas mecânicas.

O combate é o único elemento que falta e esse também não convence. Quando duas unidades se enfrentam elas combatem até uma delas morrer. Isto faz com que o combate seja muito lento. Além disso a ideia que passa é que raramente temos controlo sobre o jogo. Basicamente preparamos o combate e depois de as unidades se enfrentarem perdemos por completo qualquer controlo sobre o jogo. A unica coisa que podemos fazer é pedir às nossas unidades para baterem em retirada, mas isto não é uma boa alternativa  a simplesmente poder controlar livremente as nossas unidades como em qualquer RTS.

Existem quatro fações diferentes, mas que funcionam praticamente da mesma forma. Existem os vikings, alemães, anglo-saxões e eslavos. Cada um tem as suas unidades e upgrades mas jogam-se exatamente da mesma forma. Enquanto num RTS normalmente existe N fações equilibradas, aqui o equilibrio é atingido da forma mais simples, mantendo simplesmente as fações iguais. Cada fação tem também a sua campanha focada num comandante diferente e isso é talvez o melhor aspeto do jogo. Cada fação tem pequenas diferentes no foco das unidades que usa. Por exemplo os alemães são muito mais focados na cavalaria do que as restantes, mas isso não faz com que se jogue de forma diferente e as estratégias que usamos numa fação funcionam igualmente bem noutra qualquer.

Ancestors Legacy podia ser o derradeiro RTS da Switch. Não é um género que abunde nesta consola e é algo que é fantástico de poder jogar numa consola portátil. É também um daqueles géneros que adoro poder jogar no comboio e posso simplesmente suspender a consola e continuar passado alguns minutos. Infelizmente Ancestors Legacy sofre de todos os problemas de que já sofria no PC, com a agravante de praticamente todas as alterações que foram feitas para a versão Switch apenas terem deixado o jogo pior do que já estava. Principalmente o combate acaba por ser a maior desilusão, tornando um jogo que apesar de simplificado ainda era agradável em algo aborrecido.

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