Análise: Xiaomi Mi Band 7

A gama Mi Band da Xiaomi conseguiu impor-se dentro do segmento ao ponto de ser o fitness tracker que nos vem à cabeça quando pensamos num dispositivo deste género. Aquilo que infelizmente se tem tornado padrão é a pouca inovação ao longo dos anos. Se por um lado o salto da Mi Band original para a Mi Band 2 foi gigante e o salto da Mi Band 2 para Mi band 3 foi grande, depois disso parece que estamos a receber praticamente o mesmo dispositivo com ligeiras melhores ano após ano.

A mais recente Mi Band baseia-se nas melhorias da sua antecessora e pouco faz para se destacar. A Xiaomi sabe que tem uma posição bastante confortável neste segmento e não parece tentada a experimentar muito com a sua fórmula ganhadora. O mais recente fitness tracker da Xiaomi vem com um ecrã maior e uma bateria com mais capacidades. Além disso também traz novas métricas de treino, monitoramento contínuo de oxigénio no sangue e 120 modos de rastreamento de vários desportos.

Com um preço a rondar os 60€ a Xiaomi vai-se afastando daquilo que podemos chamar de budget. Podemos não gostar da falta de inovação, mas não há retrocessos em praticamente nenhum destes dispositivos. O novo é sempre melhor que o anterior e não podemos deixar de admitir que um melhor ecrã, bateria com mais capacidade e mais escolhas de cor são melhorias bastante válidas. Apesar de válidas, não são propriamente melhorias que justifiquem um upgrade e se já têm a Mi Band 6 não há grande razão para novo investimento.

Muitos olham para estes trackers budget e pensam que são essencialmente smartwatches e podem ficar um pouco desiludidos. Apesar de cada vez melhores há muito que poderia estar presente aqui. Não podemos fazer chamadas através da Mi Band 7 ou guardar e ouvir músicas. Era tão conveniente poder guardar uns megas de músicas e usar a Mi Band para transmitir para uns headphones bluetooth, mas infelizmente tal ainda não é possível.

A qualidade do ecrã em si está no mesmo nível da Mi Band 6, mas o aumento do brilho faz a diferença quando usado à luz solar intensa, e o modo sempre ligado é uma excelente adição. No entanto, a duração da bateria sofre um impacto considerável com isto e mesmo com a maior capacidade acabamos com uma duração de bateria de 14 dias entre as cargas, ou pelo menos é isso que a Xiaomi promete. O uso real está longe destes valores e com o ecrã sempre ligado se aguentar 5 dias é uma sorte.

Praticamente todo o funcionamento está intacto, seja o funcionamento da pulseira em si, com o connector pin para fechar e connector magnético para carregar, até à UI que mantém a mesma linha das anteriores, não apresentando grandes novidades ou alterações. A Mi Band 7 é emparelha por Bluetooth 5.2 e funciona com todos os telefones Android e iPhones com iOS 10 e superior. Conectar a banda de fitness ao telefone é o mais simples possível, sendo preciso apenas digitalizar o código QR que é mostrado na inicialização. Uma vez emparelhada, temos várias opções de personalização. A Xiaomi Mi Band 7 tem uma seleção decente de configurações na própria banda, mas a maior parte dos recursos pode ser altrerada pela app oficial. Infelizmente não podemos usar apps de outros developers como um smartwatch completo.

A Mi Band 7 possui o mesmo conjunto de sensores que a sua antecessora, incluindo um sensor de frequência cardíaca e um módulo para controlar os níveis de oxigénio no sangue. As funcionalidades incluem também alertas de movimento, chamadas recebidas e mensagens de texto, controlo de níveis de stress durante todo o dia e lembretes de relaxamento. Podemos controlar a frequencia a que a Mi Band faz as leituras de forma a poupar bateria, mas idealmente devem ter estas medições o mais próximas possível. A navegação na interface é intuitiva, apesar de pouco fluida, mas também não é visivelmente lenta. Podemos visualizar facilmente as notificações recebidas e usar as opções de treino por exemplo. Mas aquilo onde a Mi Band se destaca é nos valores de confiança que apresenta, algo que não podemos dizer de todas as pulseiras de fitness budget.

A Xiaomi Mi Band 7 não é a melhor pulseira do mercado nem a mais barata, mas apresenta uma relação preço/qualidade impressionantes. Não apresenta grandes novidades, mas as que apresenta acrescentam valor, tornando a Mi Band 7 ligeiramente superior à versão do ano passado. Se procuram um gadget deste género, a Mi Band 7 é a proposta mais interessante do mercado neste momento.

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