Análise: Shadows Over Loathing

Pode parecer estranho mas o universo de Loathing conta já com outros dois jogos. O altamente popular Kingdom of Loathing, o MMORPG que deu início a tudo isto, o RPG West of Loathing e o mais recente lançamento Shadows Over Loathing. O universo criado por Zack Johnson pode não ser o mais detalhado, mas é certamente um dos mais divertidos. O humor é a marca do estúdio e dos jogos Loathing e Shadows Over Loathing não é excepção.

Shadows Over Loathing está recheado de humor, trazendo a ação agora para uma América dos anos 20, mas mantendo as figuras simples, comuns stick-figures, como imagem de marca. Shadows Over Loathing é um RPG, mas de forma condensada. O jogo começa com os jogadores a partirem numa viagem de autocarro para Ocean City. A viagem surge de um pedido do tio Murray que é dono de uma loja de antiguidades. Mas nem tudo é tão simples já que a loja serve apenas como fachada para a sua procura por artefactos do oculto. Quando os jogadores chegam, descobrem que Murray desapareceu a procurar um destes artefactos malditos, cabendo ao jogador procurar Murray.

A história do jogo evolui sempre de forma bastante linear, sem arcos muito grandes e apenas avançando de evento em evento. No entanto o jogo não é tão simples como seria de esperar. Existem vários finais por exemplo. Esses finais dependem do conteúdo secundário que completamos. A história em si pode não ser muito elaborada, mas faz um bom trabalho a levar o jogador aos locais onde o jogo se destaca, com o seu humor e os momentos estranhos que passamos ao redor de Ocean City. Cada capítulo do jogo tem o seu próprio mapa, mas alguns dos puzzles pedem aos jogadores para voltar a zonas anteriores.

É sobretudo a escrita que torna o jogo tão divertido. É um jogo que não se leva de todo a sério e a própria escrita do jogo por vezes refere a loucura que vemos a desenrolar-se. É também um jogo que vive sobretudo da viagem e pouco do resultado final. O final do jogo é um pouco decepcionante, mas não deixa de valer a pena por causa disso. O payoff final pode ser fraco, mas a viagem em si é hilariante. O jogo foca-se muito em puzzles e o jogo consegue apresentar ao jogador uma coleção de puzzles bastente inteligentes. Os puzzles normalmente envolvem trabalhar com as estatísticas e build da nossa personagem para conseguir resolver os puzzles. O jogador tem que jogar com buffs temporários e melhorias permanentes, assim como itens variados para conseguir ultrapassar a maioria dos puzzles. O que o jogador tem que fazer é normalmente óbvio, já que o jogo faz um bom trabalho a dar-lhe tudo o que precisa para chegar à solução.

O jogo conta ainda com um sistema de combate por turnos, em tudo semelhante ao de West of Loathing. O jogador é acompanhado de um companheiro e de um pet, tendo de combater contra até nove inimigos. O combate em si não é muito original, sendo semelhante a praticamente tudo o que já joguei do género, mas consegue ser desafiante, especialmente se formos descuidado as estatísticas da nossa personagem e o seu equipamento. Shadows Over Loathing pode ser um RPG condensado, mas não deixa de ser um RPG.

Visualmente este é um jogo que se destaca. Não posso dizer que seja por ser um jogo soberbo que leva os PCs ao limite, mas tem um estilo de arte muito próprio que o distingue. Basta ver uma qualquer imagem do jogo que podemos saber que pertence à série Loathing. É um visual simples, mas is ambientes do jogo conseguem ser bastante distintos, mesmo a preto e branco. Shadows Over Loathing é essencialmente um jogo que recomendaria a quem gostou do jogo anterior. É em tudo semelhante, mas consegue construir em cima do que resultou no jogo anterior. É mais uma aventura divertida, com uma escrita impecável e hilariante e isso é o que os jogadores procuram aqui.

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