Análise: GRUNND

Nem todos os jogos são capazes de nos deixar a sentir como heróis, ou se focam exclusivamente em fazer nos sentir bem ou divertir o jogador. Alguns parecem focar-se em nos fazer sentir deprimidos. GRUNND não tenta deprimir o jogador, mas o tom melancólico do jogo não nos faz sentir propriamente alegres. O jogo começa com a nossa personagem a saí do comboio numa cidade desconhecida chamada Bytown. Sem comboio para voltar para casa, é preciso encontrar um lugar para passar a noite.

Aparentemente o próprio funcionário da estação não sabe as horas dos comboios e é aqui que começamos a notar em coisas estranhas. Podemos descrever o mundo do jogo, história e personagens como bizarros. Os visuais juntamente com a música ajudam a criar o tom de uma aventura num mundo de sonho, não por ser fantástico, mas porque parece ter lugar num qualquer espaço imaginário e surreal.

O jogador tem que atravessar este mundo estranho e tentar que as coisas façam sentido, mas nem sempre é fácil. GRUNND é essencialmente uma aventura point and click. Temos uma esfera brilhante que nos mostra os pontos de interesse, que vai crescendo de intensidade à medida que nos aproximamos deles. O ritmo do jogo é lento, algo que é bastante comum no género, mas é mais notório aqui porque precisamos de estar mesmo ao lado das coisas ou com quem quisermos interagir.

Outro aspeto que ajuda a que o jogo pareça mais lento é que começamos por não ter uma forma de navegar para outros locais de forma rápida. Acabamos por ter, mas existe muito backtracking e temos que andar muito. Também nos sentimos perdidos muitas vezes e acabamos por falar com os mesmos NPCs uma série de vezes para tentar ver se nos escapou alguma coisa da primeira vez. Não existem puzzles complexos no jogo, mas por vezes falta-nos uma ajuda na direção para onde ir.

GRUNND não é uma aventura point and click tradicional, assemelhando-se por vezes a uma visual novel. A história é interessante e as vozes fazem um bom trabalho, mas acaba por ser enquanto jogo que GRUNND apresenta mais falhas. A história surreal é boa e a arte e música completam a atmosfera. É pena que acabe por falhar no ritmo lento, porque a história é interessante, mesmo que não me veja a tentar completar o jogo várias vezes para ver os vários finais disponíveis.

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