Análise: Mirror Forge

Mirror Forge é um novo jogo de terror fortemente inspirado em Silent Hill, com muita influência na sua atmosfera e um pouco de Stranger Things to que toca à história. O resultado tem elementos bons o suficiente para se destacar, mesmo que lhe falte o polimento de outras propostas do mercado. A história centra-se em Thomas Jackson, um médico a passar por uma depressão. Depois de receber a notícia que a sua ex desapareceu, parte para investigação uma área chamada Devil’s Womb.

Uma pessoa desaparecida e um local estranho e misterioso são dois dos elementos mais marcantes de Silent Hill 2, mas Mirror Forge adiciona muitos elementos próprios à experiência. A investigação de Thomas complica-se quando ele próprio parece perder a noção da realidade, confundindo presente com o passado, assim como a realidade é ficção. Não é apenas uma luta entre Thomas e os fantasmas do seu passado, mas também uma experiência falhada relacionada com universos paralelos.

O jogo não começa da melhor forma, com muitos clichés lançados ao jogador e que nos deixam a pensar que todo o jogo será uma coleção de ideias reutilizadas. Felizmente isto é apenas a introdução, com o jogo a mostrar a sua identidade logo à seguir. Mirror Forge em termos de jogabilidade segue mais ou menos as ideias que nos habituámos a ver no género em jogos como Amnesia: The Dark Descent. Maior parte do tempo que passamos no jogo é ocupado a resolver puzzles e a procurar itens que desbloqueiem as áreas seguintes, isto enquanto evitamos os monstros do jogo. Existe algo parecido com combate, numa espécie de artefacto especial que consegue atordar os inimigos.

As áreas do jogo são pequenas, mas são fáceis de navegar e ao serem pequenas permitem que o avanço se faça a bom ritmo. Existem pequenas sequências de perseguição que infelizmente não funcionam tão bem como as sequências de simples investigação e resolução de puzzles. Na última metade do jogo existem também algumas secções furtivas, mas que não são muito melhores que as de perseguição. Felizmente ambas são curtas e separadas no tempo.

A história de Mirror Forge é interessante, focando-se em Thomas e nos seus problemas e doença mental, mas tudo o resto é fraco. As personagens secundárias são particularmente fracas. Muitos elementos são tão genéricos como as personagens secundárias. Certos elementos da história e inimigos são igualmente banais. Felizmente os puzzles e sustos são muito bem construídos, ajudando o jogo a elevar-se acima das limitações que referi. Visualmente também é um jogo um pouco datado e tecnicamente o jogo é simplesmente pobre, com muitas falhas, algumas graves.

Apesar das suas falhas, Mirror Forge mostra sobretudo a paixão da equipa de desenvolvimento pelo género. Nunca senti que estivesse a ser obrigado a jogar como contece muitas vezes. A história principal é boa o suficiente para nos motivar a avançar e o ritmo do jogo ajuda-nos a manter essa motivação. Se gostam do género, Mirror Forge é uma boa proposta, mesmo que não atingindo o mesmo patamar de outros títulos.

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