Análise: Wanted: Dead

Wanted: Dead prometia ser um dos lançamentos do ano. A ação parecia ser explosiva e inovadora, mas o resultado final é de tal forma cheio de problemas que dificilmente conseguimos encontrar algo para redimir o jogo. A promessa inicial de Wanted: Dead para o jogador é promissora. Desde o regresso de Hong Kong à China em 1997, a Dauer Synthetics vem vindo a desenvolver uma força de trabalho semelhante à humana e, em agosto, 2022, a falência da empresa ameaça expor algumas verdades feias sobre as suas criações sintéticas. Stone, uma ex-prisioneira que trabalhou no departamento de polícia de Hong Kong em nome de Dauer, encontra-se agora com a sua equipa no meio de uma revolta.

Antes demais é preciso dar os parabéns à equipa de Wanted: Dead. Em termos de história, Wanted: Dead é surpreendente. Não consigo por mais que tente, lembrar-me de algo tão mau. E nem sequer é uma história elaborada. O que disse acima é a extensão do enredo do jogo. É quase como se o jogo tente fugir dos assuntos da narrativa. Isto explica-se caso a equipa que implementou e a escreveu sejam diferentes. Não é preciso ser um genio para perceber que a história é parva.

A certa altura, uma reportagem que detalha as negociações de Dauer com o governo é interrompida por Stone elogiando a comida no restaurante dos anos 50 em que ela e a sua equipe estão a comer e mais tarde, quando o seu chefe lhe liga, o ecrã fica preto no momento em que ela pede detalhes, e a cena recomeça quando o grupo está a iniciar um assalto no Dauer HQ. Não me perguntem, também não percebi. Simplesmente desisti de tentar perceber passado pouco tempo. Convém também realçar que o jogo é feio.

A falta de especificidade estende-se a quase todos os outros aspectos de Wanted: Dead, desde a estética até a jogabilidade. As coisas simplesmente acontecem, sem nenhuma razão e tentar perceber a razão é o caminho para a loucura. A jogabilidade é de forma simples, a jogabilidade de um cover shooter, mas também é um jogo que nos pede para atacar os inimigos com combate corpo a corpo. Não há sequer consistência naquilo que é eficaz já que em outros lugares, as armas são extremamente ineficientes contra inimigos de esponja que absorvem praticamente tudo, mas que são super fracos contra um ataque direto, incluindo bosses. O jogo aprecia a violência, ostentando mais de 20 desmembramentos. Com apenas cinco níveis extremamente lineares para concluir, podia ao menos ser um jogo curto. O sofrimento se for durante pouco tempo é menos mau, mas como o jogo está também cheio de falhas aleatórias, picos de dificuldade erráticos e a falha dos inimigos em carregar resultam em jogadores tendo que recarregar e repetir longos trechos do jogo.

Wanted: Dead é jogado em torno de arenas, com a equipe de Stone a ser impedida de progredir até que todos os inimigos tenham sido mortos. Com apenas três ou quatro tipos diferentes de inimigos, basicamente conseguimos ver tudo o que o jogo tem a oferecer após 15 minutos. Costumo ter pena quando um jogo não consegue atingir todo o seu potencial, mas depois de jogar Wanted: Dead deixei de conseguir ver o seu potencial. Eu acho que este era realmente o jogo que a equipa queria fazer. Talvez com menos bugs, mas era esta experiência estranha e altamente datada que eles queriam criar e em parte conseguiram.

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