Análise: Iris and the Giant

Contando uma história de uma criança e os seus traumas de crescimento, Iris and the Giant conta uma história elaborada e que é contada nas masmorras do jogo, masmorras essas que parecem ser metáforas das prisões mentais da personagem. Iris and the Giant é essencialmente um roguelike com elementos de jogo de cartas onde temos de tentar trazer algo novo de cada corrida e normalmente isso acontece. Apesar de ser bastante leve na história, Iris and the Giant colocar o jogador a juntar memórias que retratam momentos individuais na vida de Iris. Seja um relacionamento tenso com os pais ou bullying dos colegas, Iris sofreu muito.

O objetivo final do jogo é essencialmente encontrar paz com o passado. A jornada de autodescoberta funciona bem num roguelite, e as memórias que recolhemos adicionam caracterização ao mundo e personagens, mas também permitem progressão permanente, sendo o principal veículo para isso. Embora o desejo de concluir uma masmorra seja o motivador mais forte, querer aprender mais sobre Iris também está presente. A masmorra principal, The Giant’s Path, consiste em vinte andares e contém alguns caminhos diferentes para chegar ao fim. Cada andar envolve alcançar a escada eliminando ondas de inimigos variados que apresentam um desafio ligeiramente diferente.

Não precisamos de derrotar todos os inimigos antes de escapar. Iris fica do lado esquerdo do ecrã e os inimigos à direita. Usamos cartas da mão para atacar ou defender. No início, vamos ter apenas espadas, arcos e machados para jogar. Quando destruímos um inimigo, os inimigos naquela fileira avançam para preencher o espaço, e isso continua até chegarmos às escadas ou ao final do andar. Como já devem ter percebido, o combate é por turnos. Iris joga uma ou mais cartas e, em seguida, os inimigos jogam o turno deles. A maioria dos inimigos só pode atacar enquanto estiver na coluna mais próxima de Iris, mas aqueles equipados com arcos podem disparar flechas de qualquer lugar. As criaturas ciclopes que se escondem sob as rochas protegem-se a cada segundo turno e, em seguida, lançam uma pedra à distância para causar danos massivos em turnos alternados. Alguns inimigos podem roubar as cartas do nosso baralho e, quando seu baralho chegar a zero, o jogo terminará. Existem pequenas mecânicas como estas a adicionar um pouco de complexidade ao jogo, mas no geral é um jogo bastante simples e fácil.

As memórias que referi acima podem desbloquear novas cartas. Nas próprias masmorras, ganhamos cartas abrindo baús do tesouro que aparecem em quase todos os andares, mas também recolhemos estrelas derrotando inimigos que permitem subir de nível e ganhar um bónus temporário como aumento da saúde máxima. Cada um desses buffs pode ser melhorado durante os níveis subsequentes, ou podemos simplesmente abrir um baú do tesouro. A necessidade de conciliar a saúde de Iris, o total de cartas do baralho e os tipos de cartas que temos significa um fluxo constante de decisões interessantes, mas difíceis, a serem tomadas ao longo de cada corrida.

Em alguns andares, derrotar todos os inimigos abrirá um portal opcional para um conjunto de desafios específicos separados da masmorra que estamos a jogar e onde vamos tentar resolver um puzzle usando um determinado número de cartas. Outro elemento interessante do jogo é o desbloqueio de amigos imaginários que concedem os seus próprios benefícios ao acompanhar Iris. Para ter acesso a esses companheiros, temos de completar um desafio específico.

Iris and the Giant é uma excelente experiência roguelite, com bastantes elementos próprios e que sabe de cor os elementos do género que funcionam. Visualmente é cativamente e a banda sonora encaixa no ambiente na perfeição. Existem alguns problemas, mas todos eles são bastante leves. Talvez o único problema é a baixa dificuldade, algo que podemos mudar, mas para escolher o nível mais alto precisamos de completar o jogo primeiro. Se gostam do género e de jogos de cartas vão encontrar muito para gostar em Iris and the Giant, mas não vão encontrar um desafio.

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