Análise: Wolcen: Lords of Mayhem

Wolcen: Lords of Mayhem é um ARPG que foi lançado para o PC em 2020 e que chega agora numa versão revista e melhorada às consolas de sala, nomeadamente à PlayStation 5 onde joguei para esta análise. O jogo mistura elementos de diversos outros jogos do mesmo género, como Diablo ou Path of Exile com Warhammer 40K. O mundo em que se passa a história é de fantasia, com tecnologia futurística e magia, o que dá uma atmosfera familiar e ao mesmo tempo inovadora a Wolcen: Lords of Mayhem. A principal diferença em relação aos outros jogos do género é o sistema sem classes definidas, que permite que o jogador equipe qualquer arma e utilize as habilidades associadas a ela. Armas corpo a corpo têm habilidades próprias, como um ataque de lança ou um movimento de machado giratório, enquanto armas de longo alcance abrem possibilidades para habilidades de longo alcance. Cada nível do jogo dá a possibilidade de gastar pontos em buff passivos, o que torna a diversidade de construção enorme, apesar de não ser infinita.

Apesar de não ser o jogo mais inovador, Wolcen: Lords of Mayhem possui um sistema de progressão denominado Gate of Fates, que consiste numa rede complexa de habilidades que são melhoradas através de combates com inimigos. No início, pode parecer confuso e intimidante, já que cada habilidade tem o seu próprio nível e pode ser modificada para alterar os seus efeitos. Além disso, existem quatro tipos de armadura, cada uma com usos diferentes, a armadura pesada, mágica, de ladrão e bruiser. Existem também quatro estatísticas principais que influenciam a personagem, no entanto, apesar de complexo, o sistema de progressão é altamente gratificante e satisfatório. Embora existam alguns problemas de equilíbrio, como o foco em DPS, a diversidade de construção incentiva a experimentação com diferentes habilidades e estratégias.

A campanha não é muito longa, rondando as 25 horas e dividida em três capítulos. Apesar de não parecer muito, é uma longevidade mais do adequada, com diferentes locais e inimigos para manter a jogabilidade interessante. No entanto, a dificuldade aumenta consideravelmente em cada boss final de capítulo. Embora os bosses tenham ataques e padrões claros, o jogo pode ter problemas durante esses encontros. Às vezes, o dano não é mostrado e o jogador morre repentinamente, enquanto outras vezes os ataques não funcionam corretamente. O principal problema é que se o jogador falhar neste ocmbate, ele tem de começar desde o início e assistir a todo o diálogo pré-luta novamente.

Tecnicamente o jogo continua com algumas falhas. O pop-in de texturas é um problema frequente, o sistema de loot não é muito bom e os bosses de alto nível às vezes não deixam nada além de lixo. Muitos problemas da versão original desapareceram e por isso há que dar os parabéns à equipa de desenvolvimento. O jogo apresenta também um modo multijogador que pode ser bastante divertido, mas existem alguns problemas. Um deles é que, se o jogador morrer, só pode ser revivido por outro jogador. Além disso, os bosses finais têm o dobro de saúde no modo multijogador, tornando as lutas ainda mais desafiadoras. E mesmo quando há outros jogadores no ecrã, o jogo pode ter alguns problemas de desempenho. No entanto, o final do jogo é semelhante ao de Diablo 3, com a opção de aceitar expedições e missões para aumentar a dificuldade e obter recompensas maiores. A adição do elemento Champion of Stormfall é interessante, permitindo que o jogador reconstrua a cidade e desbloqueie novas missões e recompensas. A história é bem elaborada e inclui algumas cenas excelentes, embora não traga nada de novo ao género.

Wolcen: Lords of Mayhem é um jogo bastante razoável com um sistema de recursos único que divide uma barra entre Força de Vontade e Fúria, e a troca constante entre elas, bem como o fato de que cada item encontrado poder ser transformado num cosmético que pode ser alterado no personagem com a moeda do jogo. Os pequenos problemas que ainda existem não atrapalham a diversão que podemos ter com o jogo. Todas as críticas que podemos fazer ao jogo saão dos seus sistemas, já que tecnicamente as falhas não são enormes. Se são fãs do género o jogo apresenta muito a seu favor, no entanto para jogadores ocasionais existem propostas melhores.

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