Análise: Hand of Doom

Hand of Doom transporta os jogadores de volta ao passado, oferecendo uma experiência de RPG bastante old-school. Com uma perspectiva na primeira pessoa, diálogos extravagantes e uma história simples, o jogo proporciona aos entusiastas de jogos retro uma aventura nostálgica. A exploração do mundo e a resolução de puzzles são elementos-chave, imergindo os jogadores num ambiente repleto de referências aos RPGs dos anos 90. Se sentem falta dos clássicos RPGs das décadas de 80 e 90, Hand of Doom oferece uma experiência revigorante que nos transporta de volta ao passado. A jogabilidade na primeira pessoa coloca os jogadores em missões emocionantes para enfrentar um senhor das trevas, enquanto resolvem desafios pelo caminho. Recriar a experiência dos antigos RPGs é o ponto forte de Hand of Doom. A perspectiva e a interface são cuidadosamente projetadas para criar a sensação de estar imerso num jogo de várias décadas atrás. Lançar feitiços requer criatividade e ao longo da aventura encontramos armas que gradualmente se tornam mais poderosas para enfrentar os inimigos.

No entanto, é importante ressaltar que se se nunca jogámos um jogo do género, especialmente na época que serve de inspiração ao jogo, Hand of Doom pode parecer desatualizado. Os movimentos podem ser desajeitados e os visuais e o áudio podem não estar à altura dos padrões atuais. O combate em si é simples e serve principalmente como uma forma de superar obstáculos para avançar na resolução de puzzles. Se não conseguirem jogar jogos clássicos, pode ser melhor deixar esse título de lado e explorar outras opções mais contemporâneas. A primeira parte de Hand of Doom segue uma abordagem clássica, apresentando inicialmente a história de outro personagem antes de voltar para o protagonista que controlamos no resto do jogo. No papel de um subordinado do senhor das trevas, a nossa missão é reunir uma magia poderosa para derrotar os inimigos do nosso mestre. Ao explorar o mundo, enfrentamos criaturas e ajudamos outras pessoas a alcançarem os seus objetivos. Embora esteja obrigado a trabalhar para senhor das trevas, as chances de escapar dessa servidão aumentam a cada aventura, dependendo das nossas ações. A história não é complexa, mas encaixa bem no cenário do jogo.

Aqui, o jogador movimenta-se e auxilia outros personagens enquanto procura cumprir os seus objetivos. Os puzzles impedem o nosso progresso, e precisamos de usar os recursos ao nosso redor para ter sucesso. As personagens não jogáveis fornecem pistas, missões principais ou secundárias para auxiliar o jogador. Outras ajudam a construir o mundo sombrio no qual estamos presos, pelo menos por enquanto. Como remete aos RPGs antigos, não podemos contar com a mesma qualidade de história dos RPGs modernos. A história é simples, breve e não possui o mesmo nível de detalhe a que nos viemos a habituar. No entanto, os jogadores nostálgicos perceberão que a narrativa segue o estilo clássico dos dungeon crawlers com os quais cresceram. Há um elenco diversificado de personagens que fornecem dicas e personalidade, além de adversários que tentam impedir o nosso progresso.

Hand of Doom resgata o antigo sistema de navegação RPG, apresentando uma interface de usuário antiquada. O mundo é exibido no centro, enquanto que as laterais contêm as demais informações. Embora possa não parecer significativo à primeira vista, a interface desempenha um papel crucial no sucesso que temos no jogo. À medida que exploramos, encontramos várias armas e precisamos de alternar entre elas conforme a necessidade. Alguns obstáculos encontrados exigem o uso de feitiços, os quais temos de recitar, selecionando os encantamentos apropriados. Caso erremos os encantamentos, nada acontece ou obtemos um feitiço diferente que não nos ajuda. Essa mecânica incentiva o jogador a trabalhar com o que tem e aguardar a confirmação do feitiço correto. Assim como em Darkest Dungeon 2 que analisei recentemente, é necessário investir tempo para aprender os controlos e a interface em Hand of Doom. Não é uma adaptação fácil, pois tudo foi projetado para ter um estilo datado. Ainda é possível retirar muito valor do jogo, mas é preciso que consigamos adaptarmos-nos aos controlos de estilo antigo. Caso contrário, a jogabilidade pode se tornar frustrante demais para continuar.

Existe um mapa que pode ser consultado para ajudar na navegação. Não é necessário criar o mapa do zero, e ele fornece informações adequadas sobre pontos especiais. Alguns recursos modernos de RPG foram deixados de lado, o que impede que o jogo se torne muito extenso. Não podemos esperar que os visuais ou o áudio de Hand of Doom se assemelhem a algo moderno. Os gráficos são em estilo pixel art, com ocasionais retratos 2D. NPCs e inimigos são mais polidos, mas ainda mantêm o design retro. Quaisquer sequências de FMV capturam o espírito dos jogos antigos, com reações atrasadas aos feitiços, por exemplo. Isso funciona porque se encaixa no tema do jogo. O áudio também apresenta uma qualidade um pouco desgastada, enquanto outros sons são reproduzidos. O estilo visual e sonoro de Hand of Doom definitivamente encaixa no tema do jogo. Não seria tão eficaz se fosse um RPG moderno de verdade. Sendo uma representação do que os RPGs antigos eram, faz com que os jogadores se sintam em casa ou interessados na experiência. Por outro lado, em cada passo dado, é possível sentir a sensação datada do jogo.

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