Análise: Viewfinder

A mecânica revolucionária de Viewfinder, que transforma imagens em realidade, é uma das ideias mais inovadoras que já vi em jogos de puzzles na primeira pessoa. A última vez que me lembro de jogar algo tão diferente foi quando joguei o primeiro Portal talvez e esse tornou-se um dos meus jogos favoritos. A sensação de surpresa ao colocar uma imagem no jogo e entrar nela pela primeira vez é inigualável. Conforme o jogo avança, novas reviravoltas são introduzidas, mas nada supera a experiência da primeira interação com essa mecânica de jogo. Inicialmente, os jogadores utilizam fotografias preexistentes encontradas nos cenários para resolver os puzzles. Às vezes, é necessário manipular essas fotografias antes de colocá-las no mundo do jogo, como incliná-las para criar objetos em declive ou fazer cópias usando uma fotocopiadora.

Mais ou menos a meio do jogo, os jogadores adquirem uma câmara que lhes permite tirar as suas próprias fotografias para uso no jogo. Isso proporciona maior liberdade para resolver os puzzles e superar obstáculos, como fotografar outros objetos ou até mesmo o chão para criar uma ponte e atravessar um espaço muito largo. Um detalhe interessante do jogo é que as imagens podem utilizar estilos de arte diferentes. Enquanto o mundo do jogo possui cores vibrantes e uma estética futurista, as fotografias podem interromper esse padrão com estilos a preto e branco, desenhos a lápis e outras aparências únicas. Os objetos colocados também podem modificar o terreno, permitindo que os jogadores literalmente mudem a forma do mundo, adicionando cores e objetos para enfrentar os desafios do jogo.

Não é incomum para jogos do género se tornarem esmagadores e frustrantes, mas Viewfinder não tem esse problema. Embora alguns dos puzzles finais possam ser mais desafiadores e o sistema de dicas nem sempre seja útil, a maior parte do tempo os jogadores têm uma ideia clara do que precisam fazer. Algumas pessoas podem achar que o jogo não explora completamente o design dos puzzles, mas outras podem apreciar a abordagem mais simples e simplesmente divertirem-se com a mecânica. Para aproveitar ao máximo o jogo, os jogadores precisam jogar toda a história e testemunhar as inúmeras maneiras inteligentes como a mecânica de imagem para realidade é utilizada. A história em si não é muito envolvente. A narrativa do jogo é seu ponto mais fraco, faltando algo que realmente seja interessante para elaborar. O jogador é imerso no mundo do jogo com pouca explicação, e embora possa parecer que há um grande mistério a ser desvendado, na realidade, isso não acontece. É um daqueles jogos onde a criatividade dos developers acabou quando pensaram na mecânica base, mas não é muito grave já que o mais importante é efetivamente a jogabilidade

Alguns jogadores podem também achar que o jogo é curto. Apesar de muitos jogos do género sejam mais curtos, no caso do Viewfinder, parece que o jogo termina quando ainda há muito potencial inexplorado. Seria interessante ver essa ideia explorada numa sequela ou em outro tipo de jogo, pois Viewfinder demonstra de forma brilhante o motivo dessa mecânica ser uma ótima ideia para um jogo. Viewfinder é divertido enquanto dura e oferece momentos que deixarão os jogadores agradavelmente surpreendidos e divertidos.

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