Análise: 100 Steps

100 Steps leva os jogadores numa aventura para se infiltrar uma torre, enfrentando uma horda de adversários, recolhendo tesouros pelo caminho. No topo, encontramos desafios intransponíveis para alcançar o sucesso. Isso já parece um desafio considerável, mas 100 Steps, desenvolvido pelo estúdio Endorth, toda essa narrativa épica deve ser realizada em apenas 100 movimentos. Essa é a premissa única deste roguelite que combina elementos de dungeon crawler com uma abordagem minimalista que desafia a mente. Por trás de sua simplicidade visual, o jogo esconde mecânicas profundas e envolventes, centradas na estratégia e na gestão cuidadosa dos passos do jogador.

Não é surpreendente que a estratégia seja a peça central deste jogo. Cada ação, desde ataques e curas até abrir portas e recuperar itens, consome um movimento. Isso exige que o jogador seja meticuloso no seu planeamento de cada passo para otimizar os resultados. Em 100 Steps, há uma reviravolta adicional, a possibilidade de esgotar os pontos de vida, o que dá um toque diferente a 100 Steps, separando-o de outros jogos do género. Com monstros à espreita, a corrida contra o tempo torna-se ainda mais intensa. Adicione elementos como tesouros, lojas e ferreiros, e temos um jogo que, apesar da sua simplicidade superficial, oferece uma experiência complexa que prende a atenção.

Os tesouros desempenham um papel vital a aventura de 100 Steps. Desde armas como espadas de madeira e arcos até artefatos que melhoram as estatísticas do jogador para uma única jogada, a variedade é vasta. A capacidade de carregar apenas três itens no inventário cria escolhas estratégicas, tanto para armas quanto para poções. Os artefatos, por outro lado, não afetam o espaço do inventário, permitindo que os jogadores equipem até quatro deles para fortalecer as habilidades. As moedas obtidas durante a jornada podem ser usadas para comprar itens ou melhorar os existentes, oferecendo uma dimensão económica ao desafio. Apesar da riqueza dessas mecânicas, uma falha notável reside na explicação mínima fornecida sobre os itens. As descrições são curtas, às vezes inexistentes, deixando os jogadores no escuro quanto ao significado preciso das estatísticas. Num jogo que depende fortemente da estratégia, essa falta de clareza pode ser prejudicial, tornando as escolhas de itens mais difíceis do que o necessário.

A banda sonora, embora adequada, apresenta efeitos sonoros que, na sua tentativa de minimalismo, parecem deixar a desejar. Enquanto um piano relaxante domina o ecrã principal, os efeitos durante o jogo não conseguem criar uma atmosfera imersiva, o que pode afetar a experiência geral. Outro ponto de atenção são os erros não forçados que podem prejudicar a jogabilidade. A necessidade de usar diferentes atalhos para ações específicas, combinada com a possibilidade de perder passos devido a erros simples, pode frustrar os jogadores. Espera-se que futuras atualizações resolvam essas questões, já que tais equívocos podem aumentar desnecessariamente a dificuldade de um jogo que já é desafiador.

100 Steps oferece uma experiência única e desafiadora. Os desenvolvedores acertaram ao encontrar uma abordagem minimalista e estratégica, mas algumas arestas precisam de ser melhoradas. Explicações detalhadas sobre itens e mecânicas, melhoramentos na apresentação sonora e a resolução de problemas de jogabilidade contribuiriam significativamente para elevar a qualidade geral do jogo. No entanto, para os jogadores que procuram um desafio intelectual e estratégico, 100 Steps certamente oferece uma jornada intrigante que vale a pena explorar.

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