Antevisão: Stuffed

Stuffed é shooter na primeira pessoa que mergulha os jogadores numa batalha peculiar, animais de peluche defendendo o quarto de uma jovem chamada Ellie. A premissa, por si só, é única e chama a atenção, destacando-se pela sua abordagem criativa. No entanto, à medida que a jogabilidade se desenrola, torna-se evidente que Stuffed luta para equilibrar a promissora estética e a execução repetitiva. A mecânica central de Stuffed envolve defender a porta do quarto de Ellie contra criaturas que emergem de caixas. O jogador assume o controlo de um animal de peluche, atualizando constantemente o seu arsenal para manter a barreira entre as fofas criaturas e a vulnerável porta.

O jogo introduz uma variação do modo Zombies, lembrando os jogadores do popular modo presente em Call of Duty: Black Ops. Contudo, em Stuffed, a ênfase está na proteção da porta, em vez de na autoconservação. O aspecto repetitivo da jogabilidade é um desafio percetível. A cada início de jogo, os jogadores deparam-se com novas áreas, mas a diferença entre andares superior e inferior cria uma dinâmica simplista. A velocidade do jogador em relação aos inimigos diminui a tensão, pois é fácil evitar ameaças ao saltar para andares inferiores. A falta de variação na estratégia tática contribui para a sensação de monotonia à medida que o jogo avança. O grande obstáculo surge na forma da porta de Ellie, que atrai inimigos mais desafiadores. Para enfrentar esses oponentes, é necessário obter melhores armas, o que, por sua vez, exige abrir mais portas. Essa mecânica, embora introduza um elemento estratégico, revela-se problemática devido à resistência da porta e à aparente ineficácia das armas.

O combate torna-se no decorrer do jogo mais uma tarefa árdua do que uma experiência empolgante, levantando a questões sobre a eficácia das escolhas de design do jogo. Um ponto positivo é a estética visual e animação de Stuffed. O design dos animais de peluche é encantador, capturando a essência de criaturas fofas e quase heroicas. A atenção aos detalhes na modelagem das criaturas e a animação meticulosa indicam um trabalho dedicado por parte da equipa de desenvolvimento. Mesmo que os inimigos não reajam visualmente aos ataques, a fascinação reside na dualidade entre a sua inanimada aparência e a ameaça que representam.

O contraste entre o aspecto positivo visual e a jogabilidade monótona é evidente na experiência sonora. Embora todos os elementos do jogo tenham sons apropriados, a imersão desejada não é alcançada. Os efeitos sonoros parecem genéricos, mais adequados a um pacote de sons do que a um jogo que tenta criar uma atmosfera assustadora. A falta de impacto sonoro contribui para a incapacidade do jogo em transmitir a tensão que seria necessária para elevar a experiência. As melhorias disponíveis ao longo do jogo, embora uma adição interessante, acabam por ser limitadas na sua diversidade. A ênfase excessiva em melhorias de velocidade e aumento do tamanho das munições deixam a desejar, especialmente num jogo onde a contagem de tiros é crucial. Mais variedade e profundidade nas melhorias poderiam ter elevado a experiência do jogador.

Stuffed é um jogo que apresenta um dilema entre a sua estética cativante e a jogabilidade repetitiva. Embora a arte e animação se destaquem, proporcionando uma experiência visual agradável, a falta de variedade na mecânica de jogo prejudica a diversão a longo prazo. Com ajustes na jogabilidade e uma abordagem mais equilibrada nas mecânicas, Stuffed poderia realizar o seu potencial criativo de maneira mais eficaz.

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