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Análise: Die By The Blade

Die By The Blade é um jogo que promete uma experiência única ao evocar a nostalgia de clássicos como Bushido Blade, um título icónico da Square lançado em 1997. A ideia de combates realistas com espadas, onde um único golpe pode ser fatal, surge como um contraste refrescante face aos exageros típicos de muitos jogos de luta populares. No entanto, Die By The Blade é uma promessa não cumprida, revelando-se mais frustrante do que prazeroso, devido a uma execução problemática das suas ideias centrais. A premissa do jogo é, sem dúvida, interessante: um sistema de combate focado em movimentos precisos, onde a estratégia e a perícia são cruciais. À semelhança de For Honor, Die By The Blade utiliza um sistema de posturas, baixa, média e alta, que determina como se bloqueiam os ataques dos adversários. Em teoria, a necessidade de igualar a postura do oponente para bloquear os seus ataques adiciona uma camada de complexidade e realismo ao combate. Contudo, na prática, a execução falha em proporcionar uma experiência satisfatória.

Uma das principais falhas do jogo reside nos seus controlos. Os comandos são hostis e imperfeitos. Os jogadores são imediatamente confrontados com mecânicas que se sentem desajeitadas e não responsivas, o que mina qualquer sensação de fluidez ou controlo. A mudança de postura, essencial para a defesa e contra-ataque, é lenta e inconsistente, tornando difícil reagir adequadamente às ações do adversário. A curva de aprendizagem de Die By The Blade é agravada por um tutorial que não é imediatamente acessível. Estranhamente, o tutorial está escondido no menu de jogador único, depois das opções Versus, Online e Customize. Este design é confuso, especialmente quando o jogo parece incitar os jogadores a saltarem diretamente para o modo Versus, onde são rapidamente derrotados por adversários controlados pela IA que compreendem as mecânicas muito melhor do que o jogador comum.

Outra área onde o jogo falha é na ausência de um modo história. Num jogo onde o combate é tão letal, seria de esperar que uma narrativa envolvente pudesse fornecer contexto e motivação para os duelos mortais. A falta de um modo história não só deixa o jogo sem alma, mas também priva os jogadores de uma oportunidade para se familiarizarem com as mecânicas de uma forma mais gradual e interessante. Apesar do jogo se orgulhar da sua mecânica única de combate, esta é comprometida por uma série de problemas técnicos e de design. A deteção de colisões é inconsistente, o que é particularmente frustrante num jogo onde um golpe pode ser letal. Além disso, os golpes parecem ter um atraso significativo entre o comando do jogador e a ação na tela, o que torna difícil calcular o tempo de ataques e defesas. Esta sensação de atraso e a falta de resposta dos controlos fazem com que o combate seja mais uma questão de sorte do que de habilidade.

Os combates em Die By The Blade acabam por ser uma experiência caótica e frustrante, onde a vitória muitas vezes parece acidental em vez de fruto de habilidade ou estratégia. A abordagem defensiva é claramente favorecida, o que se torna evidente ao enfrentar adversários controlados pela IA ou em raras ocasiões contra outros jogadores humanos. A IA tende a defender-se de forma impecável, enquanto os jogadores são forçados a encontrar aberturas, o que raramente é recompensador. O sistema de combate acaba por ser monótono, pois a estratégia mais eficaz é manter distância e esperar por oportunidades para ataques furtivos, o que subtrai da experiência de combate visceral e direta que o jogo promete. No que diz respeito aos aspetos técnicos e estéticos, Die By The Blade é igualmente decepcionante. As arenas apresentam uma estética asiática genérica, e as personagens parecem modelos básicos de Unity, sem carisma ou traços distintivos. A música é esquecível e não adiciona nenhuma camada emocional ou intensidade às lutas.

Apesar de ser um jogo de combate com uma premissa interessante e um nicho claro, Die By The Blade falha em proporcionar uma experiência divertida ou envolvente. A sua mecânica central é mal implementada, os controlos são desajeitados e o jogo carece de conteúdo significativo, como um modo história ou uma variedade maior de personagens e arenas que poderiam enriquecer a experiência. Die By The Blade é um jogo que não cumpre o seu potencial. Enquanto conceito, a ideia de um jogo de luta realista com espadas é fascinante, mas a execução deixa muito a desejar. Para um jogo que deveria fazer com que cada combate fosse uma dança de morte tensa e emocionante, ele acaba por ser uma experiência irritante e sem brilho. A frustração derivada dos controlos imperfeitos e das mecânicas mal polidas impede que o jogador se envolva verdadeiramente, resultando numa experiência que é mais um teste de paciência do que uma celebração de habilidade e estratégia.

Para jogadores à procura de uma experiência de luta com espadas que seja gratificante e desafiante, Die By The Blade não é a escolha ideal. Existem outras opções no mercado que conseguem combinar mecânicas interessantes com uma jogabilidade sólida e recompensadora. Infelizmente, Die By The Blade falha em cumprir a sua promessa e não oferece a experiência intensa e emocionante que um jogo de combate com espadas deveria proporcionar.