Análise: Han Solo: Uma História de Star Wars

Uma prequela sobre Han Solo era previsível desde que a Disney anunciou que iria intercalar os episódios principais da saga com outros filmes sobre o universo. Depois de Rogue One que contava como foram roubados os planos da Estrela da Morte é a vez de conhecermos a história do contrabandista mais conhecido do universo e como decorreu a sua principal aventura, a qual referiu várias vezes nos três primeiros filmes. Todos os pormenores que poderíamos pensar estão presentes, num filme que mistura bem fan service e cinema entretenimento, sem nunca se perder em questões mais profundas.

O filme começa no planeta natal de Han, um planeta onde as ruas são dominadas pelo crime e Han é um dos ladrões de serviço com o sonho de fugir com a namorada Kira e tornar-se um piloto, no entanto durante a sua tentativa de fuga vê-se separado de Kira e alistado no Império. Este é o início da história de Han, um zé ninguém que nem no exército consegue vingar, tornando-se um renegado e conhecendo Chewbacca no processo.

Han Solo, o filme, vive muito mais das suas personagens do que da sua história. A história em si é realmente pouco memorável, ficando-se pelo início onde conhecemos Han e o encontro com Chewbacca. Depois disso o filme torna-se numa espécie de filme de golpe sem muito interesse além de tentarmos perceber os reais motivos e sentimentos de Kira que se volta a cruzar com Han ao fim de tantos anos. Lando que é também uma das personagens memoráveis da trilogia original também marca presença, sendo uma das personagens principais mas não deixando um impacto muito grande no filme.

Essa falta de impacto é aliás transversal a todos os envolvidos. Alden Ehrenreich poderia ter dado realmente forte ao filme mas apesar de passar por vários momentos marcantes no filme, nenhum deles parece ter marcado a personagem. Este filme além de contar a história do encontro do entre Chewbacca, Lando e Han, deveria servir para construir ou pelo menos explicar a personalidade de Han, algo que falha em fazer, resumindo-se a repor pelo menos em teoria a verdade no confronto de quem disparou primeiro.


Apesar das suas falhas Han Solo, o filme, mantém uma série de boas tradições Star Wars. Visualmente é um filme ambicioso que poderia não dever nada a nenhum outro Star Wars, não fosse a escolha de cores. Este é o filme da saga mais escuro. Não estou a falar no lado negro da força, o filme é mesmo demasiado escuro. Não sei porque razão foi escolhido um tom tão escuro para o filme especialmente porque muito dele é gravado à luz do dia, não havendo explicação para o tom escuro que é transversal a todo o filme. Apesar disso em termos visuais é realmente bom, com bom cgi e no geral boas cenas de ação e boa fotografia.

Apesar de ser um filme completamente desnecessário acaba por ser um bom filme de ação que infelizmente acaba por ser prejudicado pelo peso que tem em cima. Star Wars é composto agora por tantos filmes que os fãs começam a ser bem mais exigentes, não que não fossem antes, mas simplesmente são exigentes ao ponto de se poderem dar ao luxo de ignorar um filme da saga no cinema e ver em casa. Os resultados deste filme mostraram isso mesmo, mostraram que razoável passou nas prequelas, mas não volta a passar.

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