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Análise: Moss: Book II

Quatro anos do lançamento do jogo original, chega agora a sequela a um dos jogos que mais marcaram o PlayStation VR, A história do pequeno rato Quill tem agora o seguimento. Esta sequela é uma sequela bastante tradicional, continuando a história do protagonista e mantendo praticamente tudo o que o que fez do original memorável. Construído sobre praticamente a mesma base, a jogabilidade manteve-se praticamente intacta. O jogador controla Quill, um pequeno aventureiro, através do DualShock na PS4. As aventuras de Quill envolvem combate leve, alguns puzzles e sobretudo plataformas.

A história do jogo continua exatamente onde o primeiro jogo acabou. O jogo encontra-se dividido em pequenos segmentos mais pequenos e cada pequeno nível do jogo pode ser terminado em poucos minutos. Estas pequenas sessões são ideais para jogar VR e são simplesmente adoráveis, assemelhando-se a pequenos dioramas e nota-se uma grande atenção ao detalhe. As cenas são tão ricas em detalhe que é realmente pena que não existam mais razões para simplesmente explorar o ambiente. Esse é aliás um dos principais problemas do jogo, a sua linearidade. Eu não tenho grandes problemas com jogos lineares, mas aqui o jogo resume-se simplesmente de ir de A para B e mesmo esses são praticamente sempre ir da esquerda para a direita e neste caso é uma oportunidade perdida, já que o jogo ficaria a ganhar a colocar algumas razões para explorar o ambiente. Existem alguns colecionáveis escondidos, mas são geralmente muito óbvios.

Moss: Book II continua a não apresentar muita variedade de inimigos , mas o combate em si é bom, contando com a introdução de duas novas armas além da espada original e um poder especial para acompanhar todas as três armas. Para ativar esse poder o jogador pressiona o botão de ataque para fazer Quill segurar sua arma e depois alcançá-lo para o ativar. O poder especial de cada arma funciona como uma mecânica de combate extra e uma mecânica de puzzles ao mesmo tempo. Os poderes especiais adicionam profundidade ao jogo e ao combate e são uma excelente adição ao jogo, tornando-o mais desafiante e variado. Graças aos novos poderes especiais das armas e a algumas novas interações ambientais, os puzzles de Moss: Book II são mais profundos do que os do jogo original. Alguns dos puzzles são bastante desafiantes até, mas nunca se tornam frustrantes e sinceramente nunca senti necessidade de procurar um guia.

Uma pequena crítica que tenho a fazer é que o jogo começa demasiado lento. É mais ao menos a meio do jogo que atinge um ritmo interessante, com mais plataformas e combate. Outro problema é que o combate não é muito desafiante e não existem opções de dificuldade. O combate contra os inimigos básicos do jogo é satisfatório, mas nunca chega a ser desafiante. Felizmente existem vários combates contra bosses que colocam as nossas habilidades à prova e são dos melhores momentos do jogo. O jogo tem também animações de grande qualidade e no geral o jogo apresenta um nível de polimento invejável, tanto no mundo, como nos inimigos como na própria personagem principal.

A história é um dos maiores destaques do jogo e é o maior motor para nos manter interessados do início ao fim do jogo. A forma como a história é contada é também bastante competente. Tal como no primeiro jogo e como o nome do jogo indica, é como se fosse contada através de um livro. À medida que a história avança, também as páginas do livro vão avançando, sempre com o narrador a contar a história e algumas ilustrações ajudam a nossa imaginação a trabalhar. Existem no entanto alguns problemas. Algumas personagens principais parecem existir apenas nas páginas do livro por exemplo. Além disso o jogo é curto, com apenas cerca de cinco horas de jogo. A realidade é que o jogo é uma linha direta do início ao fim e além destas 5 horas não há muito mais.

É realmente pena que o jogo não seja maior, já que há realmente muito para gostar no jogo. Moss: Book II tem uma excelente atmosfera e ambientes. É um jogo simplesmente adorável. visualmente. Mas por outro lado podemos ver que a jogabilidade teria alguma problema em sustentar uma história maior. Se são fãs de VR é difícil encontrar uma experiência do género e tão boa como Moss e a sua sequela. Se jogaram o primeiro jogo esta sequela é uma compra praticamente obrigatória. Moss: Book II é tão bom como o original e juntos formam uma dupla impressionante.