Análise: Tentacular

Tentacular é um novo sandbox para VR que aproveita o lançamento do PSVR2 para ganhar algum destaque. Com um pouco de Goat Simulator e outra de Surgeon Simulator, Tentacular é um sandbox bastante competente, especialmente se não o levar-mos muito a sério e jogarmos o jogo como um verdadeiro sandbox onde podemos dar asas à nossa imaginação, especialmente se esta for destrutiva.

Tentacular não é um simples sandbox, há muito mais do que isso. Há uma campanha inteligente que muda constantemente as regras do jogo, alterando as habilidades do jogador e desafiando-o. Não é o jogo mais impressionante visualmente, mas não posso dizer que o resto dos aspetos técnicos não impressionem de outras formas.

Como cidadão de La Kalma, o jogador tem de contribuir e faz isso com um trabalho na investigação científica da cidade, investigando rockets e ímans e todo um rol de invenções estranhas e originais. Tentacular é bom exatamente naquilo que devia ser. É um jogo que dá ao jogador uma excelente sensação de toque. Os tentáculos que dão nome ao jogo é são a forma como pegamos nas coisas dão-nos sensações diferentes dependendo do objeto que pegamos. Este não é obviamente um jogo realista, mas oferece sensações bastante autênticas dependendo do peso e tamanho do objeto. É um bom equilíbrio entre acessibilidade e algum realismo.

Tentacular é essencialmente um jogo divertido, especialmente por causa da tendência para acidentes. Tal como Goat Simulator vive muito das situações ridículas que se proporcionam, também Tentacular funciona um pouco da mesma forma. Tal como um touro numa loja de espelhos, também o jogador acaba por causar estragos graças ao seu tamanho. A campanha em si pode ser descrita como uma série de puzzles, mas é boa porque cada nível parece apresentar um conceito novo. O jogo vive muito do jogador experimentar estes conceitos pela primeira vez e dado o número de conceitos novos, o jogo consegue manter-se sempre fresco. São os desafios mais difíceis que funcionam melhor, especialmente porque sabemos sempre o que fazer, sendo a forma como fazemos o verdadeiro desafio.

Nem tudo funciona no jogo e alguns dos conceitos que nos são apresentados não funcionam tão bem como outros. Existe uma história que amarra tudo isto, mas é demasiado baseada em diálogos, algo que é realmente aborrecido em VR. Aquilo que mais nos passa peça cabeça quando estamos nestas secções é que podíamos estar a jogar em vez de estar a ouvir diálogo.

Tentacular é um jogo fantástico destro do género VR. É meio parvo e a história não é boa nem bem contada, mas naquilo que Tentacular tinha que ser bom, consegue ser. A jogabilidade é divertida e consegue ser bastante diferente das outras experiências neste momento no PlayStation VR 2. Se procuram um conjunto de jogos variados para o vosso novo periférico, Tentacular devia estar dentro das vossas escolhas.

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