NeuroNet: Mendax Proxy oferece aos jogadores acima de tudo decisões, uma abundância delas para ser honesto. Desenvolvido pela Dream Harvest, este jogo coloca os jogadores no papel de Archy, uma Inteligência Artificial projetada para supervisionar a cidade e levá-la a um futuro melhor. Temos de tomar escolhas difíceis que determinarão o destino da humanidade. Se se interessam por narrativas futuristas repletas de situações tensas, este jogo certamente merece a vossa atenção. A história do jogo é um equilíbrio entre um ritmo lento e progressivo, mas também momentos abruptos e aleatórios. A construção em torno do primeiro grande evento climático é intrigante. Inicialmente, acordamos em um laboratório com nossos criadores ao nosso redor, descobrindo que somos o chamado “Arquétipo”, um programa de IA destinado a ajudar a regular o fluxo de informações da cidade e melhorá-la. O termo NeuroNet refere-se aos cidadãos que têm acesso a bancos de dados através de chips implantados em seus cérebros.
As personagens adoráveis como Papa Ru motivam-nos a trabalhar como IA para o bem-estar da humanidade. Os engenheiros responsáveis por nossa criação, Estoval e Kyros, são os nossos mentores, orientando-nos a tomar decisões que sejam melhores para a cidade. A história é apresentada através de uma série de perguntas simples, nas quais temos apenas duas opções de resposta. Após a iniciação no laboratório, somos gradualmente apresentados a diversos habitantes da cidade, como o cozinheiro Papa Ru que referi acima. Algumas personagens têm uma progressão de história mais satisfatória do que outras, permitindo que nos envolvamos com eles ao longo do tempo, enquanto outros parecem existir apenas como adereços sem propósito claro. O jogo pode, às vezes, parecer confuso, devido à maneira como lida com seu ritmo. Quando nos é feita uma pergunta ou é designada uma tarefa, a cena muda abruptamente para apresentar uma nova pessoa num local diferente. Isso interrompe a continuidade da história de um personagem e nos leva a algo completamente desconexo, e nenhum desses problemas parece se entrelaçar de forma significativa.
Podemos estar lidando com alguém à beira da morte e, em seguida, mudar para o restaurante de Ru. , onde ele nos pergunta se devemos usar queijo real nos hambúrgueres. O jogo tamb]em não parece compreender as atmosferas que tenta retratar. Com as mudanças constantes, também fica difícil acompanhar o que todos estão a dizer. Embora a construção no jogo seja bem feita, após o capítulo 5, a história perde o tempo de clímax, deixando-nos apenas com pessoas a viver as suas vidas mundanas. Ao final de cada capítulo, recebemos um resumo de notícias mostrando como as nossas escolhas afetaram as pessoas, o que pode ser bastante divertido em algumas ocasiões.
Quanto à jogabilidade, além de escolher entre duas opções, somos levemente influenciados a escolher uma delas com base em como isso afeta as diferentes barras exibidas no topo do ecrã. Essas barras representam riqueza, humanidade, segurança e conhecimento da IA. No entanto, existem problemas com essas barras. Em primeiro lugar, não fica claro o significado de cada uma delas. Embora Kyros as explique brevemente, não recebemos informações sobre o propósito de cada barra. Seria útil indicar com cores verdes ou vermelhas qual é o objetivo a ser alcançado em cada barra. Ao responder a uma pergunta, só podemos ver se uma barra será afetada, mas não sabemos para qual direção ela se moverá. Embora sejam apresentadas duas opções de resposta, às vezes essas opções são praticamente a mesma escolha. Algumas perguntas também precisam de mais contexto. Felizmente, esse problema ocorre apenas ocasionalmente, então não é totalmente decepcionante. A única coisa verdadeiramente irritante no jogo é a velocidade do texto. Em algumas partes da história que descrevem o que está a acontecer, as palavras são exibidas uma letra por vez.
Em termos de apresentação, logo de início, é possível perceber o esforço dedicado à arte no jogo. O design dos cenários e ambientes é futurista e dinâmico. As animações podem ser um pouco irritantes quando pulamos rapidamente entre as cenas, mas não chegam a ser más. Cada personagem fica à nossa frente enquanto falam, movendo levemente os olhos e respirando, o que dá a sensação de estarem vivos. Embora os personagens se comportem de maneira humana, eles não têm exatamente a aparência humana que deveriam ter. O design de som é maravilhoso. Mesmo quando estamos a olhar para figuras estáticas no ecrã, podemos ouvir uma cena inteira acontecendo ao fundo.
NeuroNet: Mendax Proxy apresenta uma história interessante, mas com escolhas que não têm um impacto significativo, cenários bonitos, mas personagens involuntariamente assustadores e uma atuação de voz fenomenal tentando superar uma música de fundo moderadamente impressionante.
