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Análise: DROS

DROS é um jogo de plataformas 3D desenvolvido pela emergeWorlds e publicado pela RedDeer.Games. Apesar de ser um género bem estabelecido, criar um bom jogo de plataformas em 3D não é tarefa fácil. As transições de mecânicas de plataformas para um ambiente tridimensional tendem a trazer desafios que muitos jogos não conseguem superar. No entanto, DROS, apesar de algumas falhas, oferece uma experiência cativante, especialmente para os fãs de puzzles e plataformas. A estética Steampunk e a dupla inusitada de personagens trazem algo novo para o género, mantendo a fórmula clássica viva. A história começa de forma peculiar, com uma bola de slime senciente chamada Little Dros a escapar de um laboratório de um cientista louco conhecido como O Alquimista. Durante a fuga, cruza-se com o Capitão, um caçador de recompensas em busca de um artefacto valioso. Após um confronto com outros Dros, o Capitão perde o braço, mas é salvo por Little Dros, que se junta a ele numa parceria improvável. Esta simbiose é o motor da jogabilidade, com Little Dros a ocupar o corpo do Capitão como uma casca, semelhante a um caranguejo eremita. Juntos, alternam entre resolver puzzles e enfrentar inimigos, utilizando as habilidades únicas de cada um.

O grande destaque de DROS é a forma como os dois personagens precisam de trabalhar juntos para avançar. Embora sejam mais fortes em conjunto, muitas vezes terão de se separar para resolver puzzles ou ultrapassar obstáculos. Little Dros é ágil, podendo saltar e passar por espaços apertados, enquanto o Capitão é mais lento, mas forte, sendo capaz de usar a sua espada e manipular objetos pesados. Esta dinâmica cria uma jogabilidade interessante e variada, com o jogador a precisar de alternar constantemente entre os dois para progredir. A gestão de recursos como a Prima, que permite melhorar temporariamente as capacidades do Capitão, acrescenta uma camada de estratégia ao jogo.

Os puzzles são um elemento central de DROS. Cada fase envolve uma combinação de plataformas e resolução de quebra-cabeças, que variam desde manipular mecanismos como guindastes e engrenagens, até encontrar formas criativas de reunir os dois personagens no final de cada nível. Além disso, há colecionáveis escondidos em cada fase, que servem não só para desbloquear conquistas, mas também para expandir a história através de um diário. Estes colecionáveis incluem Prima, Bloodrocks e peças Moderat, as últimas sendo particularmente desafiantes de encontrar, exigindo pensamento estratégico e alguma paciência.

Infelizmente, o combate é um dos pontos mais fracos do jogo. Embora o Capitão possa bloquear e atacar, as batalhas nunca conseguem ser tão envolventes como os puzzles ou as secções de plataformas. O sistema de combate é básico e, por vezes, frustrante, especialmente em encontros com mini-chefes como o Dros que pilota um mecha gigante. Este tipo de confrontos parece fora de lugar, uma vez que o ponto forte de DROS está na resolução de puzzles e na colaboração entre os dois personagens, e não nas batalhas.

Visualmente, DROS é uma mistura de bom e mau. A arte 2D desenhada à mão é encantadora, mas os gráficos 3D parecem desatualizados, reminiscente de jogos da era da PlayStation 2. A falta de uma banda sonora marcante também é um ponto negativo, com a música a ser quase inexistente durante grande parte do jogo. No entanto, o design de som é compensado pelo charme das vozes dos Dros, que falam numa espécie de “gibberish”, trazendo um toque de humor ao jogo.

DROS é um jogo que se destaca pelas suas mecânicas de puzzle e a química entre os dois protagonistas. Embora o combate e os gráficos possam desapontar, a jogabilidade variada e os desafios inteligentes tornam-no uma experiência recomendada para os fãs de plataformas e puzzles. É um jogo que vai testar a tua paciência e habilidade, mas que oferece uma aventura divertida e única no género.