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Análise: Thief Simulator 2

Thief Simulator 2 é uma sequela que tenta redimir os erros do passado e oferecer uma experiência mais polida e divertida em comparação ao jogo anterior. Embora o primeiro título da série tenha recebido críticas mistas, principalmente pela sua repetitividade e problemas técnicos, esta nova entrada promete uma jogabilidade mais refinada, gráficos melhorados e várias melhorias na qualidade de vida. Ao iniciar o jogo, somos apresentados a um menu com várias opções de dificuldade, desde um modo história mais relaxado até um modo hardcore para os jogadores que procuram um desafio. Optei por jogar no modo história, já que era a minha primeira vez com este tipo de jogo, mas existe também a opção de explorar o mundo de forma livre sem seguir a narrativa principal. A partir daqui, Thief Simulator 2 começa com um tutorial que nos coloca numa situação de fuga após roubar 50 mil dólares de um sindicato do crime. Embora este nível seja relativamente simples, serve para ensinar os conceitos básicos do jogo de forma eficaz. A simplicidade inicial acaba por ser enganadora, pois rapidamente percebemos que há muito mais profundidade à medida que progredimos no jogo e desbloqueamos novas habilidades e equipamento.

O sistema de habilidades em Thief Simulator 2 oferece várias opções interessantes, desde o furto de carteiras até à abertura de cofres, passando pelo arrombamento de fechaduras. Cada uma destas habilidades apresenta desafios e estágios diferentes, mantendo o jogo dinâmico e envolvente. Além das habilidades, podemos desbloquear novos equipamentos, como drones para desativar câmaras de vigilância, tranquilizantes para neutralizar guardas e até ferramentas para abrir carros. Um dos elementos mais interessantes é o facto de não ser necessário roubar tudo o que encontramos, apenas os itens que julgamos mais valiosos, o que nos obriga a fazer escolhas estratégicas durante cada assalto. Além disso, o loot reaparece após alguns dias no jogo, o que permite revisitar áreas anteriores para obter mais recompensas.

Um dos aspetos mais desafiantes do jogo é a necessidade de estudar os inquilinos das casas que vamos assaltar. Cada casa tem residentes com rotinas específicas, e cabe-nos a nós observar e marcar os seus movimentos para encontrar a melhor janela de oportunidade para entrar e sair sem sermos apanhados. Existe uma ferramenta que nos permite marcar os inquilinos, e a partir daí podemos planear os nossos movimentos com base no seu horário. Esta funcionalidade adiciona uma camada de estratégia interessante, especialmente em casas com múltiplos inquilinos ou animais de guarda, onde o planeamento se torna essencial. Num dos assaltos, encontrei-me numa casa com dois inquilinos e um cão, e havia apenas uma curta janela de tempo para realizar o roubo sem ser descoberto.

O jogo também apresenta missões secundárias, acessíveis a partir do computador em casa, que vão desde a destruição de propriedade até ao roubo de itens específicos, passando pela necessidade de tirar fotos ou agredir alguém com o pé-de-cabra. No entanto, agredir alguém com esta arma pode ter consequências graves, como a dedução de dinheiro e a chegada imediata da polícia. Quando a polícia é chamada, existem várias formas de escapar, desde esconder-nos em caixotes de lixo ou armários até debaixo de camas. Cada esconderijo é marcado com um ícone verde, mas nem todos são igualmente seguros, com os armários a serem uma opção menos recomendada. Se for apanhado pela polícia, serás levado para a prisão, onde podes optar por pagar uma multa ou tentar escapar. A fuga é bastante simples no modo história, mas serve como uma mecânica interessante que pode ser expandida em dificuldades mais altas. Existem várias maneiras de abordar cada assalto. Podemos optar por usar a força bruta e quebrar janelas ou portas, ou adotar uma abordagem mais furtiva, esperando pela noite ou por condições meteorológicas que abafem o som dos nossos movimentos, como a chuva. A furtividade é geralmente a melhor opção, especialmente em locais com muitos guardas e câmaras de segurança. Os assaltos maiores, como armazéns e resorts, são particularmente desafiantes, exigindo um bom planeamento e paciência para evitar ser apanhado. Cada missão de assalto tem os seus próprios obstáculos, e a variedade de locais ajuda a manter o jogo interessante.

Em termos visuais, Thief Simulator 2 evoluiu muito em relação ao seu antecessor. Embora não seja um jogo que impressione pelos visuais de ponta, as melhorias em relação ao primeiro título são notórias, com ambientes mais detalhados e animações mais suaves. O som também desempenha um papel importante na jogabilidade, ajudando-nos a identificar a presença de inquilinos através de passos e portas a abrir. Por vezes, existem pequenos problemas de desempenho, como quedas de framerate quando estamos a conduzir, mas no geral o jogo corre de forma bastante fluída. O uso do caderno, embora subestimado por alguns jogadores, pode ser uma ferramenta útil, especialmente em modos de dificuldade mais alta.

Thief Simulator 2 consegue melhorar em praticamente todos os aspetos em relação ao jogo original, oferecendo uma experiência mais completa e envolvente. O foco na furtividade e no planeamento faz com que cada assalto se sinta diferente, e a variedade de missões e habilidades mantém o jogo fresco ao longo de várias horas de jogo. Para aqueles que gostam de jogos que recompensam a paciência e a estratégia, Thief Simulator 2 é uma excelente escolha. Embora eu tenha começado com alguma hesitação, o jogo rapidamente me cativou, e após várias horas de jogo, continuei com vontade de explorar mais. Para os jogadores que procuram um desafio adicional, o modo hardcore oferece uma experiência ainda mais intensa, e com a possibilidade de uma versão VR no futuro, o potencial para expandir esta série é promissor.